O chefe do departamento de energia elétrica do BNDES, Nelson Siffert, detalhou ontem a estrutura de financiamento para as usinas hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia. A instituição se dispõe a financiar até 75% de todo o investimento nas usinas, com prazo máximo de 20 anos para o pagamento. O custo será a TJLP e um "spread" básico de 0,5% - o menor entre todas as operações do sistema elétrico financiadas pelo banco, incluindo térmicas e linhas de transmissão.
Siffert adiantou que deverá ficar entre 15% e 20% a participação acionária do BNDES-Par na sociedade criada para gerir cada hidrelétrica do Madeira. Mas evitou entrar em detalhes, alegando que é melhor esperar a publicação do edital de licitação pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Quanto à disputa entre Odebrecht e Camargo Corrêa sobre as cláusulas de exclusividade envolvendo o fornecimento de turbinas, com a possibilidade de importação de equipamentos mecânicos, o chefe da área de energia do BNDES afirmou que a "escala de produção pode justificar a instalação de uma planta industrial no Brasil".
As condições de financiamento válidas para as usinas do Madeira já estão em vigor para desembolsos a hidrelétricas com potência superior a 2 mil megawatts (MW) de potência instalada. O "spread" de risco ficará entre 0,8% e 1,8%. Esses valores causaram uma intervenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que contestou os parâmetros usados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) na projeção dos custos de financiamento.
Siffert estimou que os desembolsos do BNDES para a área de infra-estrutura devem alcançar R$ 13,6 bilhões em 2007, liderados pelo crédito a empreendimentos de energia. Trata-se de um aumento significativo em relação a 2006, quando os desembolsos atingiram R$ 9,3 bilhões.
Até o fim do ano, segundo Siffert, o banco espera liberar o financiamento a mais sete usinas hidrelétricas, com capacidade para produzir 1,8 mil MW. Esses créditos devem chegar a R$ 2,5 bilhões, avaliou o executivo. As usinas de Estreito, Simplício e Monjolinho responderão pela maior parte dos financiamentos.
O BNDES acabou de aprovar desembolsos de R$ 1,6 bilhões para a hidrelétrica de Foz do Chapecó e R$ 540 milhões para Serra do Facão. A expectativa é terminar o ano com R$ 6,5 bilhões de desembolsos na área de energia elétrica e mais R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões de créditos aprovados no setor.
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