quinta-feira, 1 de março de 2012

publicado em 29/fev/2012 às 17h36
Pesquisas geológicas de terras-raras terminam em março, diz MbAC
Exploração dos novos elementos encontrados na cidade é debatida na Câmara.


Vereadores Juninho e Garrado; Nathaly Montandon e Alessandra Eugênio (Salve Araxá); delimitação da área que deve ser explorada pela MbAC (disponível no site da empresa) - Fotos: Jorge Mourão

Da Redação/Jorge Mourão - A exploração das terras-raras foi um dos principais pontos de debate na reunião ordinária da Câmara Municipal de Araxá, nesta terça-feira (28). A empresa canadense MbAC já confirmou a conclusão das pesquisas geológicas para março próximo e em seguida vai requerer ao Departamento Nacional de Exploração Mineral (DNPM) o direito de exploração da área próxima à Estância do Barreiro e às minas da Vale Fertilizantes e Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
Na abertura do debate via tribuna, o vice-presidente da Câmara, Juninho da Farmácia (DEM), disse que é totalmente contrário à exploração dos elementos raros pelo fato de Araxá ter identidade com o Barreiro. “Foi onde a cidade começou e não podemos perder isso. Já perdemos a Cascatinha, perdemos as águas minerais, hoje a Fonte Dona Beja está escassa, e temos problemas na água sulfurosa por causa da concentração de urânio”, afirmou.

Para ele, a instalação de mais uma mineradora em Araxá, além da CBMM e da Vale, é sinal mais danificação ao meio ambiente. “Todos esses elementos descoberto têm alta toxidade, vemos isso com muita preocupação, lutamos contra, somos a favor dos ambientalistas e queremos abraçar a causa”, disse.

O democrata acrescenta que Araxá tem uma das maiores rendas per capita do Estado e um dos menores índices de desemprego. “Não temos a necessidade de trazer uma empresa que vai trazer danos à saúde, e por outro lado ao ponto turístico que é o Barreiro. Se perdermos o Grande Hotel, perderemos totalmente o turismo, é o único que restou. Passaremos a ser uma cidade somente mineradora. Somos responsáveis pelo Araxá de hoje e pelo Araxá de amanhã, a cidade ainda não está acordada com o que está para acontecer.”

E falando em ambientalistas, duas representantes da comunidade Salve Araxá (criada no Facebook e atualmente está com 110 seguidores) acompanharam a reunião da Câmara, com cartazes afixados na entrada da Casa Legislativa, camisetas de protesto e capacetes iguais aos utilizados em mineradoras. Para Nathaly Montandon, o assunto de terras-raras soa como piada.

“Ainda mais em um local que está completamente destruído. Queremos fiscalização e o que foi destruído nesses 50 anos (área já foi explorada anteriormente) seja revitalizado e entregue à nossa população. Falar em terras-raras em uma cidade como Araxá, eu acho impossível”, alegou.

Curiosamente, somente vereadores de oposição ao governo, exceto Mateus Vaz de Resende (DEM), receberam uma fita verde em alusão ao Salve Araxá. Para o governista Garrado (PR), ainda é muito cedo para criar alardes. “Acho estranho, elas (as ambientalistas) chegarem e colocarem o símbolo verde somente no peito da oposição, mas tudo bem. Sobre a questão das terras-raras, é um assunto que está sendo debatido, assistimos uma palestra recentemente, e ainda é muito precipitado falar em alguma coisa”, afirmou.

“A nossa cidade tem 10 dos 17 elementos que compõem as terras-raras, é uma coisa que está sendo pesquisada, vai ter um processo de votação e estrutura para os testes. As nossas terras são ricas em minerais, e se existe a exploração da CBMM e da Vale, são explorações que mexem com a terras, são nossas riquezas. Nossa terra é radioativa, é natural do nosso solo”, disse

Ele acredita que caso as terras-raras sejam exploradas a atividade turística do Barreiro não será comprometida. “Estão sonhando para um futuro que não existe, é muito precoce. É um processo muito lento, não é que vai acabar com tudo, temos a Vale que joga o seu rejeito onde pode ser retirado as terras-raras, não é assim que vai acabar com o Barreiro. Tinham que ter pensado na construção da indústria de ácido sulfúrico, já temos e convivemos que é das piores coisas que existem, o que vier daqui para a frente não é de assustar. O que era para assustar simplesmente aceitaram e ficaram calados, mas está aí, é claro que brigamos pelo meio ambiente, mas as terras-raras são vendidas em gramas, quilos, não são vendidas em toneladas como outros minérios. É coisa rara mesmo.”
Sobre as terras-raras no Brasil e em Araxá
As terras-raras são um conjunto de 17 elementos químicos que, diferentemente do que o nome pelo qual ficaram conhecidas sugere, não são tão raras. Sua incidência é, por exemplo, mais comum do que a de ouro. O Brasil, que hoje tem reservas que respondem por menos de 1% da produção mundial, pretende, até 2013, participar deste mercado com uma representatividade maior.

Além da busca individual da iniciativa privada, o governo vai investir em campanhas de mapeamento geológico. Estima-se que o segmento de terras-raras movimente US$ 5 bilhões anualmente, cifra que deverá aumentar consideravelmente nos próximos anos com a corrida pelos elementos de terras-raras que ocorre em todo o mundo.

Essa busca por novas reservas ocorre porque parte das terras-raras são insubstituíveis. O európio (EU), quando transformado em óxido, é utilizado na formação do fósforo vermelho, utilizado no cinescópio dos televisores de tela plana, e não se conhece outra substância capaz de exercer a mesma função. O neodímio, outro elemento químico que faz parte das terras raras, é utilizado para a produção de discos rígidos de computadores, por exemplo.
O projeto da MbAC já está disponível no site da companhia, inclusive com a localização da área. Conforme as informações do site, foi detectada a presença de nióbio e terras-raras durante a exploração de carbonatito para fosfato. A ocorrência dos minerais ocorre em um raio de 70 a 80 hectares.

A empresa não informou qual dos 17 elementos classificados como terras-raras foi encontrado em Araxá. Via assessoria de imprensa, a MbAC informou que a descoberta das terras-raras é muito recente, sendo ainda cedo para dimensionar o valor do investimento exigido e a previsão de início da aplicação dos recursos financeiros.
Um programa do governo federal, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vai injetar R$ 18,5 milhões para realizar o mapeamento geológico do país em busca de novos depósitos de minerais de terras-raras.

A escalada nos preços pode viabilizar a produção em reservas consideradas inviáveis economicamente no passado. O desembolso do governo será realizado via Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Este ano serão R$ 2,3 milhões na primeira fase do projeto, que já foi iniciada. Nesta fase, os técnicos do CPRM estão compilando dados, analisando mapas e identificando novas áreas potenciais. A previsão é de conclusão dos trabalhos em 2014, quando todo o país estará mapeado, segundo a coordenadora nacional do projeto, Lucy Takehara Chemale.
Com Hoje em Dia
24/02/2012 - 08:59
Cepemar apresenta primeiro navio brasileiro de mineração submarina
Ocean Stalwart está equipado com tecnologia de ponta para exploração de minérios no fundo dos oceanos.
O Grupo Cepemar, que há mais de trinta anos atua no segmento de inspeção e levantamento de dados no mar, torna-se pioneiro no mercado de mineração submarina para empresas brasileiras e apresenta o Ocean Stalwart, o segundo navio da frota da Marine Survey, uma das seis empresas pertencentes ao Grupo.
O Ocean Stalwart foi construído para uso exclusivo em levantamentos geofísicos, geológicos, ambientais, coletas de sedimentos e quaisquer outros levantamentos de dados meteo-oceanográficos em áreas costeiras e áreas oceânicas. A embarcação é dotada de sistemas e instrumentos que representam o estado da arte em levantamentos dessa natureza, permitindo a coleta, processamento e análise das amostras com padrões de qualidade e eficiência de programas científicos internacionais.
“A chegada do navio Ocean Stalwart sinaliza o compromisso da Cepemar e seus acionistas de continuar investindo em ativos e serviços de alta tecnologia para nossos clientes. Esta é a segunda embarcação oceanográfica da Cepemar e a primeira para levantamentos geofísicos em águas de até 6.000 metros de profundidade”, afirma Ronnie Vaz Moreira, presidente da Cepemar
Uma das principais qualidades do Ocean Stalwart é o espaço para laboratórios e preparação de amostras, um total de 207,5 m² de área coberta e protegida das intempéries. Desse total, 150 m² são áreas de laboratório internas com temperatura controlada. A embarcação de 69 metros apresenta capacidade de acomodar 45 pessoas entre tripulação, equipe técnica e convidados, com o conforto e a estrutura necessários para que todos desempenhem suas funções de maneira adequada.
A frota da Cepemar vai gerar um impacto direto nos setores de Petróleo e Gás, Telecomunicações, Energia e Mineração, que passam a contar com uma opção mais completa de ferramentas para execução de futuros projetos no mar.
No Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, o mercado offshore deve movimentar mais de 150 bilhões de dólares nos próximos quatro anos. Até 2014 o Brasil deve triplicar seu investimento anual em mineração submarina para procurar ouro, diamantes e outros tesouros escondidos no fundo do oceano. Em 2011 foram liberados recursos do Programa de Aceleração do Crescimento para o começo dessas atividades, e para 2012 está previsto dobrar os recursos destinados a pesquisas de minerais no mar.
“Sem dúvida abre-se uma enorme fronteira de exploração econômica para o País. Os recursos existentes no mar vão muito além dos hidrocarbonetos. Os estudos iniciais buscam avaliar o potencial econômico das áreas prospectadas e analisar a sensibilidade ambiental”, acrescenta Ronnie Vaz Moreira. A estréia do Ocean Stalwart em águas brasileiras será em uma campanha realizada em parceria com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Ano de Construção: 1984/ Readequação em 2011 | Bandeira – Pais no qual está documentado: Vanuatu | Classe : Ice Class C (pode operar em condições com leve presença de gelo) | Comprimento Total: 224 ft. (68.27m) | Largura: 43 ft. (13.1m) | Altura da superfície do mar ao deck principal – carregado: 20 ft. (6.09m) | Calado – carregado: 15 ft. (4.57m) | Posicionamento Dinâmico: L3 NMS6000 classe 1 | Geradores de Eletricidade: (4) Cat 600 KW | Motores – Propulsão: G.E. DL58X170535 | Potência: (2) CAT 850 HP cada | Propulsor para Manobra Traseiro: Thrustmaster 550 HP | Propulsor para Manobra Frontal: Harbormaster 550 HP | Tanque de Água Potável: 17,000 galões (64300 litros) | Tanque de Combustível: 228,284 galões (864000 litros) | Consumo de Combustível, em trânsito e em operação : 1800 galões por dia@ 75 galões por hora 1400 galões por dia @ 58 galões por hora | Autonomia: 9000 milhas náuticas | Propulsores: (2) | Acomodações: 43 | Camarotes/Banheiros: 20 camarotes e 17 banheiros; 5- camarotes duplos c/ banheiro privativo; 3- camarotes únicos c/ banheiro privativo; 1- camarote para 4 pessoas c/ banheiro privativo; 3- camarote para 4 pessoas c/ banheiro compartilhado; 8- camarotes duplos c/ banheiro compartilhado | Enfermaria: 1 leito c/ banheiro privativo | Salva—vidas: 45 | Roupas de Sobrevivência: 45 | Haste Retrátil: 36” diâmetro interno | Pórtico: 60,000 lb 26’x 20’ (6m x 7.9m) | Espaço livre para trabalho – Deck : 6,874 ft2 (638.6m2) | Laboratório seco: 1,065 ft2 (99m2) | Laboratório Úmido: 504 ft2 (46.8m2) | Guindaste – Deck Principal: 10 Ton | Guindaste Auxiliar: (1) MCK 1250 - 4 Ton

Perfil da Cepemar - Composto por empresas 100% brasileiras, o Grupo Cepemar atua em soluções integradas e inovadoras, no Brasil e no exterior, e tem como foco o levantamento de dados ambientais, oceanográficos, geofísicos e geológicos em ambientes offshore e costeiro, modelagem (oceânica, costeira e fluvial), estudos e projetos de engenharia costeira e portuária, elaboração de estudos socioambientais, gestão ambiental e engenharia atmosférica, com desenvolvimento de tecnologias para controle de poluição, além de formação de profissionais de gestão ambiental e atuação em parceria com renomados centros de pesquisa. O Grupo é formado por cinco empresas, cada uma delas com expertise específica, mas com estrutura que lhes garante complementaridade: Cepemar Meio Ambiente, Cepemar USA, Marine Survey, Terramar e Universidade do Mar; além delas, o Grupo detém 20% de participação na Brasil Supply. Entre os setores, destaca-se presença em Petróleo e Gás, Mineração e Siderurgia, Papel e Celulose, Energia, Telecomunicações e Infraestrutura. O Grupo Cepemar mantém convênios com a Florida Atlantic University / Harbor Branch Oceanographic; o Florida Center for Environmental Studies; o MRI – Midwest Research Institute – e a Miami University e mais recentemente com o IBMEC.