domingo, 9 de setembro de 2007

ÁGUA MINERAL CRESCE 8 % AO ANO


PRÓXIMA DÉCADA NO BRASIL (8/9/2007)

Como nos grandes países, o mercado brasileiro de água mineral cresce cerca de 8% ao ano, em média, País tropical, de clima quente, com economia em ascensão, ainda com grandes reservas hídricas e com mercado consumidor cada vez mais exigente, o Brasil tende a duplicar o consumo de água mineral natural na próxima década.


Com consumo anual de 6,2 bilhões de litros em 2006, o equivalente a 3,48% da produção mundial, o País deve dobrar o consumo per capita de 33 litros/ano, para 66 litros/ano, por habitante, nos próximos dez anos. A exemplo dos grandes países, o mercado brasileiro de água mineral segue crescendo cerca de 8% ao ano, em média.


Nesse ritmo, a perspectiva de analistas é de que o consumo chegue próximo a 11 bilhões de litros no País e a 229 bilhões de litros, no mundo, em 2010. Ao fim de 2007, o consumo mundial deve atingir os 192 bilhões de litros, com incremento de 7,86%.


As projeções são da Zenith Internacional, através do seu consultor e analista de mercado de águas envasadas, Andres Padilla. Segundo ele, os maiores produtores e consumidores de água mineral no Globo são os Estados Unidos, com 29,6 bilhões por ano e 80 litros per capita, seguidos da China, com produção e consumo equivalentes a 16,7 bilhões e consumo per capita de 18 litros/ano.


Com condições climáticas adversas, a Arábia Saudita apresenta o maior consumo anual por pessoa, de 227 litros, enquanto os italianos consomem 200 litros de água mineral, por ano. Na América Latina, a Argentina se destaca, com consumo de 70 litros por habitante/ano. ´Na Argentina e na Itália, as pessoas tomam água em todas as refeições´, assinala. O consumo médio mundial per capita é de 23 litros/ano.


EM ASCENSÃOÁguas com sabores e funcionais são tendênciaPalestrante de ontem, do 16º Congresso Brasileiro da Indústria de Águas Minerais, que ocorre até hoje, em Fortaleza, Andres Padilla aponta as águas com sabores de frutas e enriquecidas com vitaminais, minerais e anti-oxidantes, como as novas tendências mundiais, responsáveis pela alavancagem do setor. Segundo ele, nos grandes países do mundo, assim como no Brasil, o consumidor está buscando na alimentação, e agora também na água mineral, um produto que agregue valor nutricional às refeições, que lhe dê maior vitalidade, além de refrescar e saciar a sede. ´O consumidor hoje, quer um produto funcional, quer ingerir uma água pura, limpa, mas que o revitalize, que melhore o seu bem-estar´, diz.Conforme explicou, essa exigência está, ampliando o conceito e a demanda da água de manancial, processada e mineral, para o de água pura, com sabores e funcionais, mais ricas e nutritivas. ´E o Brasil tem um grande potencial de crescimento, sobretudo com as produtoras regionais, como as do Grupo Edson Queiroz; assim como ocorre com a Highland Water, da Inglaterra´, destacou. Ao mesmo tempo, explica o especialista, a indústria de águas minerais, atentas a esse mercado, já percebeu a possibilidade de agregar valor a seus produtos e ampliar as margens de lucro. Conforme disse, a lucratividade do setor ´está muito apertada, cada vez menor´, com margens de 25% nas embalagens pequenas, de até dois litros, e de 8%, nos garrafões de 20 litros.


O QUE ELES PENSAMFortalecimento do negócio´Quando pensamos em minerais, normalmente lembramos do ouro, prata ou rochas ornamentais, mas desde o início de 2003, temos desenvolvido estratégias de fortalecimento do negócio ´água´ e contamos com o apoio e incentivo dos setores, capitaneados pela Abinam.


Nosso papel é contribuir para que não haja barreiras burocráticas e dinamizar o setor´ Claudio ScliarSecretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia´A água entre os minerais é o único bem de uso direto. Está na prateleira dos supermercados, portanto requer inovações tecnológicas que garantam o padrão de envasamento. O Ceará é muito importante por ser o nascedouro de um dos principais grupos atuantes do setor. Isso já é uma referência. Só o fato de ter saído daqui os pedidos de concessão de outras indústrias é um referencial´. Miguel Antonio Cedraz NeryDiretor-geral do DNPM