segunda-feira, 24 de março de 2008

Editorial - Agência Estado Minas desprezadas agora geram fortunas


Minas desprezadas agora geram fortunas
São Paulo - 24 de Março de 2008
Outras empresas familiares já se viram diante de ofertas milionárias e até bilionárias como parte do processo frenético de consolidação dos ativos de minério de ferro localizados na Serra Azul. Desde o ano passado, além da J. Mendes, pelo menos outras quatro pequenas mineradoras foram adquiridas por grandes grupos em negócios milionários. A London Mining puxou a fila com a compra, em maio, da Minas Itatiaiuçu - em operação desde a década de 70 e dona de depósitos de 260 milhões de toneladas de minério.O valor do negócio não foi divulgado. Em meados do ano, a MMX, do empresário Eike Batista, adquiriu a AVG Mineração, localizada no município de Igarapé, por US$ 224 milhões. Por meio da AVX Mineração, a MMX também comprou a Minerminas, por US$ 125 milhões. Na mesma época, a Companhia de Fomento Mineral (CFM) foi adquirida pela CSN pelo montante de US$ 440 milhões. "A vida inteira os mineradores daquela região lutaram muito. Nunca tiveram muita facilidade, até porque essas empresas eram limitadas em termos de logística, de acesso a mercados, e forneciam basicamente para o parque guseiro.
O excesso de minério, eles vendiam para a própria Vale", observa uma importante fonte do setor, que acompanhou de perto a operação da Usiminas com a J. Mendes. "Nesse período todo, eles também fizeram pouco investimento em pesquisa geológica. Muitos não tinham a dimensão da reserva." O fato inquestionável é que o boom mundial do minério de ferro serviu para reverter a lógica da viabilidade econômica do produto. "Quem era do setor procurava as jazidas onde o teor de minério de ferro era mais alto. E o teor ali era mais baixo. Então eles não eram muito assediados pelas mineradoras maiores." Mas, quando os grandes players perceberam a disponibilidade de reservas, teve início um verdadeiro leilão.

O presidente da London Mining, Luciano Ramos, admite que a companhia, ao focar em projetos no exterior, "perdeu o time" para aquisições na região. "A Serra Azul tem uma condição privilegiada. É um minério de boa qualidade, com uma logística pronta, disponível. Além disso, as minas estão em operação, o que evita todo o processo de obtenção de licenças ambientais", destacou. "Quando você parte para a expansão, o processo tende a ser expressivamente mais rápido.
" Atualmente, entre os poucos ativos que restam na região estão duas mineradoras localizadas na pequena Itatiaiuçu: a Minerita e a MBL, dos irmãos Dílson e Edson Fonseca da Silva. Juntas, as duas mineradoras possuiriam reservas de até 450 milhões de toneladas, conforme informações não oficiais. Contatado pelo Estado, Dílson Fonseca da Silva se recusou a dar entrevista.
Minas desprezadas agora geram fortunas
Outras empresas familiares já se viram diante de ofertas milionárias e até bilionárias como parte do processo frenético de consolidação dos ativos de minério de ferro localizados na Serra Azul. Desde o ano passado, além da J. Mendes, pelo menos outras quatro pequenas mineradoras foram adquiridas por grandes grupos em negócios milionários. A London Mining puxou a fila com a compra, em maio, da Minas Itatiaiuçu - em operação desde a década de 70 e dona de depósitos de 260 milhões de toneladas de minério.O valor do negócio não foi divulgado. Em meados do ano, a MMX, do empresário Eike Batista, adquiriu a AVG Mineração, localizada no município de Igarapé, por US$ 224 milhões. Por meio da AVX Mineração, a MMX também comprou a Minerminas, por US$ 125 milhões. Na mesma época, a Companhia de Fomento Mineral (CFM) foi adquirida pela CSN pelo montante de US$ 440 milhões. "A vida inteira os mineradores daquela região lutaram muito. Nunca tiveram muita facilidade, até porque essas empresas eram limitadas em termos de logística, de acesso a mercados, e forneciam basicamente para o parque guseiro.
O excesso de minério, eles vendiam para a própria Vale", observa uma importante fonte do setor, que acompanhou de perto a operação da Usiminas com a J. Mendes. "Nesse período todo, eles também fizeram pouco investimento em pesquisa geológica. Muitos não tinham a dimensão da reserva." O fato inquestionável é que o boom mundial do minério de ferro serviu para reverter a lógica da viabilidade econômica do produto. "Quem era do setor procurava as jazidas onde o teor de minério de ferro era mais alto. E o teor ali era mais baixo. Então eles não eram muito assediados pelas mineradoras maiores." Mas, quando os grandes players perceberam a disponibilidade de reservas, teve início um verdadeiro leilão.
O presidente da London Mining, Luciano Ramos, admite que a companhia, ao focar em projetos no exterior, "perdeu o time" para aquisições na região. "A Serra Azul tem uma condição privilegiada. É um minério de boa qualidade, com uma logística pronta, disponível. Além disso, as minas estão em operação, o que evita todo o processo de obtenção de licenças ambientais", destacou. "Quando você parte para a expansão, o processo tende a ser expressivamente mais rápido.
" Atualmente, entre os poucos ativos que restam na região estão duas mineradoras localizadas na pequena Itatiaiuçu: a Minerita e a MBL, dos irmãos Dílson e Edson Fonseca da Silva. Juntas, as duas mineradoras possuiriam reservas de até 450 milhões de toneladas, conforme informações não oficiais. Contatado pelo Estado, Dílson Fonseca da Silva se recusou a dar entrevista.