sábado, 26 de março de 2011

Entenda como a geração de energia elétrica afeta o meio ambiente Cada tecnologia tem um impacto diferente sobre a naturezaLucas Frasão, Mário Barra e Tadeu Meniconi .





Entre 20h30 e 21h30 deste sábado, será realizada a Hora do Planeta. Por 60 minutos, milhares de pessoas devem apagar as luzes, num evento promovido pela organização ambientalista WWF. A ideia do ato simbólico é demonstrar a preocupação com o aquecimento global.
A geração de energia elétrica sempre provoca algum efeito na natureza, mas cada processo tem suas particularidades. O G1 procurou especialistas para explicar quais as vantagens e desvantagens dos principais tipos de usinas disponíveis, levando em conta não só a questão ambiental, mas também os custos e a viabilidade de cada técnica.


Tipo de usinaVantagensDesvantagens
Hidroelétrica

Ícone hidroelétrica (Foto: Arte/G1)
- Emissão de gases causadores do efeito estufa muito baixa

- Baixo custo
- Impacto social e ambiental do represamento do rio
- Dependência (limitada) das condições climáticas
Termoelétrica a carvão

Ícone carvão (Foto: Arte/G1)
- Baixo custo de construção e combustível

- Alta produtividade

- Independência das condições climáticas
- Emissão de gases de efeito estufa muito alta (é a que mais emite)
- Poluição local do ar com elementos que causam chuva ácida e afetam a respiração
Termoelétrica a gás natural

Ícone gás natural (Foto: Arte/G1)
- Baixo custo de construção
- Independência das condições climáticas
- Baixa poluição local (comparada à termoelétrica a carvão)
- Emissão de gases de efeito estufa alta (menor que a do carvão, porém significativa)
- Custo de combustível muito oscilante (atrelado ao petróleo)
Termoelétrica a biomassa

Ícone biomassa (Foto: Arte/G1)
- Baixo custo de construção e combustível
- Emissão de gases de efeito estufa praticamente se anula (o ciclo do carbono fica perto de ser fechado)
- Independência das condições climáticas
- Disputa do espaço do solo com a produção de alimentos
- Caso haja desmatamentos para o cultivo, cria um novo problema ambiental
Nuclear

Ícone nuclear (Foto: Arte/G1)
- Emissão de gases de efeito estufa praticamente inexistente
- Alta produtividade
- Independência das condições climáticas
- Alto custo (exige investimentos em segurança)
- Produção de rejeitos radioativos
- Risco de acidentes (a probabilidade é baixa, mas os efeitos são gravíssimos)
Eólica

Ícone eólica (Foto: Arte/G1)
- Emissão de gases de efeito estufa praticamente inexistente
- Impacto ambiental mínimo
- Baixa produtividade
- Dependência das condições climáticas
- Poluição visual
Fotovoltaica

Ícone fotovoltaica (Foto: Arte/G1)
- Baixo impacto ambiental
- Alto custo
- Baixa produtividade
Hidroelétrica
Mais de 80% da energia gerada no
Brasil vem de usinas hidroelétricas. Essa energia é gerada pela correnteza dos rios, que faz girar turbinas instaladas em quedas d’água. De modo geral, a tecnologia é considerada limpa, uma vez que praticamente não emite gases de efeito estufa, que fortalecem o aquecimento global.
O grande problema ambiental – e também social – causado pelas hidroelétricas é a necessidade de represar os rios. Vastas regiões são alagadas, o que provoca não só a retirada das populações humanas do local, como alterações no ecossistema.
Por conta disso, projetos de usinas para o Norte do Brasil – como a polêmica obra de Belo Monte – preveem reservatórios menores. Contudo, isso torna a geração mais dependente do volume de água e, portanto, exige que haja outras fontes de energia para garantir o abastecimento constante.

Usina hidroelétrica de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai (Foto: AP)Usina hidroelétrica de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai (Foto: AP)
Eólica
A grande dependência do clima também é um problema das usinas eólicas – nas quais o vento move hélices que acionam turbinas. Esta alternativa não pode ser usada sozinha, é preciso que haja um sistema para complementá-la, mas faz sucesso por ser ecologicamente correta. “É energia de mais baixa emissão de gás de efeito estufa”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Clima e Energia da organização ambientalista Greenpeace.

Uma alternativa é fazer com que eólicas e hidroelétricas se completem. “No Nordeste, os ventos sopram mais forte justamente na época mais seca”, exemplifica Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Esse é o tipo de usina que mais cresce no mundo. “É a bola da vez mesmo”, diz Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético da pós-graduação em engenharia da UFRJ. Por isso mesmo, o custo vem caindo.
Contudo, não é muito potente, e é preciso instalar várias usinas lado a lado para se obter bons resultados. Na Europa, já há comunidades que reclamam da poluição visual, que prejudica o turismo, relatam Schaeffer e Tolmasquim.

Parque eólico de Osório (Foto: Bernardo Fiusa/Divulgação)Parque eólico de Osório, no Rio Grande do Sul (Foto: Bernardo Fiusa/Divulgação)
Termoelétrica
As usinas termoelétricas são o tipo mais comum do mundo. Nela, é queimado um combustível – carvão e gás natural são os mais usados – para ferver água. O vapor gira uma turbina e assim gera energia. “São imprescindíveis”, acredita José Manuel Diaz Francisco, coordenador de comunicação e segurança da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás. “São usinas mais baratas, com tecnologia consolidada e possuem a vantagem de garantir um suprimento de energia que não depende das condições”, completa.

O processo de queima da água, no entanto, traz um efeito indesejado. “Tem os piores impactos ambientais em termos de emissão de gases de efeito estufa e poluição do ar”, afirma Baitelo, do Greenpeace.


Tem os piores impactos ambientais em termos de emissão de gases de efeito estufa e poluição do ar"

Ricardo Baitelo, do Greenpeace
As termoelétricas a carvão respondem por mais de 40% da produção mundial de energia; as movidas a gás ocupam o segundo lugar na lista, com cerca de 21%. Entre os dois, o carvão é mais barato, porém polui mais. Além de emitir mais gás carbônico – responsável pelo aquecimento global –, causa poluição local, emitindo substâncias como enxofre e óxido nitroso, que afetam a respiração. Hoje em dia, há filtros capazes de reduzir esses efeitos, mas eles encarecem a construção das usinas.
No Brasil, uma alternativa mais ecológica é o uso da biomassa. Quando se usa material orgânico – o mais comum no país é o bagaço da cana –, a combustão não emite gases de efeito estufa. Isso acontece porque o gás carbônico liberado é utilizado pelas plantas na fotossíntese, fechando o ciclo do carbono. Os custos são semelhantes aos das termoelétricas a carvão.
Para Roberto Schaeffer, da UFRJ, “é melhor até que a hidrelétrica do ponto de vista ambiental”. Já Ricardo Baitelo não se entusiasma. “Do ar diretamente relacionado a queimadas, afeta bastante populações próximas a canaviais e aumenta incidência de doenças respiratórias”, indica o especialista do Greenpeace.

Usina nuclear na França (Foto: François Mori/AP)Usina nuclear na França (Foto: François Mori/AP)
Nuclear
O termo mais correto para denominar uma usina nuclear é “termonuclear”. Seu funcionamento é idêntico ao das demais usinas termoelétricas, a diferença está no combustível. A fissão nuclear do urânio – ou do plutônio – gera o calor e produz, por outro lado, material radioativo que tem de ser monitorado por milhares de anos, o que é apontado como o principal problema por todos os especialistas ouvidos.

“Acredito que seja o pior tipo de energia. Por mais que setor nuclear diga que todo empreendimento energético está vinculado a acidentes, a diferença é a perversidade do acidente nuclear. A radiação se estoca no organismo e pode ser transmitida por gerações”, reclama Baitelo, do Greenpeace.
Embora acidentes sejam raros, o risco não pode ser considerado pequeno. “Risco é a probabilidade de ocorrer um acidente multiplicada pela magnitude do dano. A probabilidade de acidente é baixíssima, mas os efeitos são muito graves”, explica Schaeffer, da UFRJ. “É como ter medo de andar de avião: há menos acidentes que carro, mas, quando há, são mais graves”, completa.
Apesar do risco de acidentes, a energia nuclear é benéfica ao meio ambiente em um aspecto. “O combustível em um reator nuclear não é queimado, portanto não há emissão de gases poluentes”, destaca José Manuel Diaz Francisco, da Eletronuclear.


É uma beleza, mas é caríssimo"

Roberto Schaeffer, professor de planejamento energético da UFRJ, sobre os painéis fotovoltaicos
Fotovoltaica
Os painéis fotovoltaicos são feitos de materiais semicondutores à base de silício. Quando recebem radiação solar, liberam elétrons e geram energia.

“É uma beleza, mas é caríssimo”, resume Schaeffer, da UFRJ. Para ele, o uso só se justifica em situações pontuais, em locais de acesso muito difícil. Caso contrário, só é viável se houver subsídios. Baitelo, do Greenpeace, diz que faltam tais incentivos no país. “É a mais cara no Brasil porque não temos legislação”, reclama.
Tolmasquim, da EPE, aponta também que a capacidade de geração de cada painel é muito pequena, de forma que uma usina teria de ocupar uma área muito maior que uma termoelétrica para produzir a mesma energia.
Para José Manuel Diaz Francisco, o investimento vale a pena. “É uma tecnologia que precisa ser incorporada ao cotidiano de prédios e residências para atender a demandas pequenas. Não nos podemos deixar de integrar este tipo de tecnologia, pois é necessário diversificar a matriz energética”, argumenta.

sexta-feira, 25 de março de 2011

3º CONGRESSO BRASILEIRO DE TÚNEIS E ESTRUTURAS SUBTERRÂNEAS

CONGRESSO BRASILEIRO DE TÚNEIS E ESTRUTURAS SUBTERRÂNEAS
SEMINÁRIO INTERNACIONAL “SOUTH AMERICAN TUNNELLING – SAT 2012”

São Paulo – SP, 20 a 22 de março de 2012


MENSAGEM DA COMISSÃO ORGANIZADORA

O Brasil vive hoje uma de suas fases mais promissoras, com os olhos de todo o mundo voltado para o potencial crescimento de nossa economia e com a realização de grandes eventos internacionais como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Ao mesmo tempo, o país se depara com a necessidade de investimentos maciços em infraestrutura, seja para garantir o crescimento de nossa economia, seja para aumentar o grau de desenvolvimento social da população, cada vez mais urbana.

Nesse cenário surge a implantação de grandes empreendimentos como a usina de Belo Monte, o trem de alta velocidade Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas (TAV), a transposição do rio São Francisco, os investimentos no Pré-Sal e as obras de mobilidade urbana, principalmente nas grandes metrópoles. O momento é, portanto, muito propício para a engenharia de túneis, que será protagonista essencial para o desenvolvimento do país.

É nesse momento que o Comitê Brasileiro de TúneisCBT da ABMSAssociação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica tem o prazer de convidá-lo para o CONGRESSO BRASILEIRO DE TÚNEIS E ESTRUTURAS SUBTERRÂNEAS – CBT 2012 e para o SEMINÁRIO INTERNACIONAL “SOUTH AMERICAN TUNNELLING – SAT'2012”, a serem realizados em São Paulo, de 20 a 22 de março de 2012.

Serão abordados 11 temas considerados fundamentais para os profissionais que atuam na área de estruturas subterrâneas, promovendo o debate, intercâmbio de experiências e atualização técnica, além da apresentação de novas tecnologias e tendências na área de projetos e construções.

Além dos trabalhos técnicos do Brasil e da América do Sul, repetindo o sucesso do 2º Congresso, ocorrido em 2008, serão proferidas conferências de especialistas consagrados nacionais e internacionais, realizados debates de temas atuais, exposição de produtos, serviços e equipamentos, além de visitas técnicas.

Serão reservados dois dias para a realização de um curso de atualização e aperfeiçoamento na área de túneis, a ser ministrado por profissionais brasileiros e internacionais renomados na engenharia de túneis.

 DATA E LOCAL

 O 3º Congresso Brasileiro de Túneis e Estruturas Subterrâneas e o Seminário Internacional “South American Tunnelling – SAT 2012” serão realizados entre os dias 20 e 22 de março de 2012 no Centro Fecomercio de Eventos, situado na Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 1º andar na cidade de São Paulo – SP.


TEMAS


 Planejamento Urbano e Uso do Espaço Subterrâneo
  1. Investigações Geológicas, Dados Básicos, Aspectos Hidrogeológicos e Geotécnicos.
  2. Projetos e Retroanálises.
  3. Suporte, Revestimentos e Materiais.
  4. Escavações Subterrâneas em Mineração, Óleo e Gás.
  5. Casos Históricos e suas Lições
  6. Meio Ambiente e Obras Subterrâneas
  7. Operação, Manutenção e Recuperação
  8. Contratos, Seguros e Gestão de Riscos
  9. Novas Tecnologias
  10. Estocagem Subterrânea

CHAMADA DE TRABALHOS

Os trabalhos completos deverão ser enviados eletronicamente, seguindo as regras de envio e normas de editoração disponíveis no site do evento: www.tuneis.com.br/3cbt, até o dia 15 de setembro de 2011.

Durante o preenchimento do formulário, os autores devem indicar o formato preferido para apresentação, oral ou painel, porém, é de responsabilidade do Comitê Científico a decisão final.

Os autores serão informados quanto ao aceite / recusa até o dia 30 de outubro de 2011.

Ao menos um dos autores deverá estar inscrito ate o dia 15 de dezembro de 2011 para que o trabalho seja validado para apresentação e publicação nos anais do evento.

Os trabalhos aceitos serão publicados na integra nos anais, independente de sua forma de apresentação.

Cada inscrição valida a publicação e apresentação de até 3 trabalhos técnicos.

INSCRIÇÕES

As inscrições deverão ser efetuadas através do site: www.tuneis.com.br/3cbt

O pagamento poderá ser efetuado por meio de boleto bancário que será gerado durante o processo da inscrição.
 
Categorias
Até 31/12/2011
Após 01/01/2012
ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO
R$ 250,00
R$ 350,00
SÓCIOS
R$ 650,00
R$ 750,00
NÃO SÓCIOS
R$ 800,00
R$ 900,00


- Associados quites com suas anuidades do CBT, ABMS e ABGE gozam de valores diferenciados e pagam o valor mencionado na categoria de SÓCIOS;

- Somente poderão se inscrever na categoria ESTUDANTES os matriculados em cursos de graduação. Para validar, deve ser enviado um documento comprobatório deste status através do e-mail: 3cbt@acquacon.com.br

- Após o dia 13 de março as inscrições poderão ser feitas somente no local durante o evento.

Notas de Empenho

As Notas de Empenho devem ser emitidas para a Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, CNPJ: 58.402.579/0001-07.

IMPORTANTE -- Se a Nota de Empenho não tiver sido quitada, efetivamente paga com envio de comprovante via e-mail: 3cbt@acquacon.com.br, o inscrito deverá efetuar o pagamento da taxa de inscrição e só será reembolsado quando a instituição comprovar que realizou o pagamento.

Cancelamentos

Cancelamentos de inscrição serão aceitos com antecedência de até 30 dias mediante retenção de 30% sobre o total a pagar.

EXPOSIÇÃO TÉCNICA PARALELA

Diante do comprovado aquecimento do mercado no setor de túneis e estruturas subterrâneas, e mantendo sua tradição, o CBT / ABMS disponibilizará estandes destinados às empresas, instituições de pesquisa, órgãos de Governo e aos demais interessados em expor seus produtos e serviços.

Os estandes de 9 metros quadrados, com montagem básica incluída, estão sendo comercializados por R$ 7.500,00 para empresas associadas a ABMS e ao CBT e a R$ 8.500,00 para não associadas.

Consulte a planta da Exposição no site do evento e escolha já o seu estande. Recomendamos que considere a possibilidade de adquirir uma Cota de Patrocínio em vez de locar apenas a área, já que as contrapartidas ofertadas justificam o investimento pouco maior.

Entre em contato e conheça as oportunidades:

Acqua Consultoria

Fone: (11) 3868-0726


PATROCÍNIOS

Tendo como público alvo os principais tomadores de decisões do País, o 3º Congresso Brasileiro de Túneis e Estruturas Subterrâneas e o SAT’2012 são excelentes oportunidades para que sua instituição seja sempre lembrada por este seleto grupo, sendo assim, recomendamos que avalie sua participação enquanto patrocinador do evento.

Há duas formas de participação, adquirindo cotas de patrocínios, com contrapartidas maiores de acordo com o investimento, ou através da aquisição de cotas de produtos/serviços, que serão entregues (ou prestados) aos participantes, conforme disponível no item Patrocínios do site.  

AGÊNCIA OFICIAL DE VIAGENS

Credenciou-se a R3 Viagens, Incentivo e Eventos como agência oficial de viagens do 3º CBT / SAT’2012, com condições de atender tanto na parte terrestre, reservando hotéis na região e ofertando transporte quanto na parte aérea, com excelentes condições.

No site oficial do evento, poderão encontrar mais informações.

É mais seguro, ágil e confortável adquirir o seu pacote junto à agência oficial de viagens.

R3 Viagens, Incentivo e Eventos

Fone: (11) 3871-1959



COMITÊ ORGANIZADOR

Presidente:

Akira Koshima

Membros:

Alessandra Lionço

André Pacheco de Assis

Antonio Domingues de Figueiredo

Edson Peev

Fernando Leyser Gonçalves

Flavio Henrique Cunha Lobato

Flávio Massayuki Kuwajima

Francisco Ribeiro Neto

Hugo Cássio Rocha

João Carlos B. Jorge da Silva

José Luiz D. Penido

Marco Aurélio Abreu Peixoto da Silva

Paula Maia Ribeiro Avesani

Pedro Teodoro França

Sergio A.B. Fontoura

Tarcisio Barreto Celestino

ORGANIZAÇÃO
Acqua Consultoria

Fone: (11) 3868-0726




domingo, 20 de março de 2011

Alemanha e Suíça suspendem projetos nucleares preventivamente

Países tomaram primeiras medidas em relação ao risco nuclear.

Comissão Europeia convocou para esta terça uma reunião de urgência.
Da France Presse
imprimir Alemanha e Suíça foram os primeiros países europeus a suspender temporariamente projetos nucleares como medida preventiva, após as explosões registradas em uma central japonesa, o que abriu nesta segunda-feira (14) um debate no continente sobre a necessidade de se reforçar a segurança.
A chanceler alemã Angela Merkel anunciou uma moratória de três meses na decisão já adotada por seu governo de prolongar a vida das centrais nucleares do país.
O que acontece no Japão, onde as autoridades tentam por todos os meios evitar uma catástrofe nuclear na central de Fukushima, danificada pelo terremoto de sexta-feira, "muda a situação e na Alemanha, também", afirmou Merkel. "Não podemos fazer como se nada tivesse acontecido", e "digo isso muito claramente: não há tabu algum no que diz respeito à análise das condições de segurança", insistiu a chanceler.
Berlim tomou assim uma decisão destinada a tranquilizar seus cidadãos e se somou à Suíça, país que não faz parte da União Europeia (UE), que suspendeu seus projetos de reforma das centrais, à espera de "normas de segurança mais estritas".

sábado, 19 de março de 2011

Acidente nuclear de Chernobyl

O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamada Vladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.

O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.

O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Segue um trecho do pronunciamento do líder da União Soviética, na época do acidente, Mikhail Gorbachev, quando o governo admitiu a ocorrência:
Cquote1.pngBoa tarde, meus camaradas. Todos vocês sabem que houve um inacreditável erro – o acidente na usina nuclear de Chernobyl. Ele afetou duramente o povo soviético, e chocou a comunidade internacional. Pela primeira vez, nós confrontamos a força real da energia nuclear, fora de controle.Cquote2.png

Índice

 A instalação

Usina nuclear de Chernobil atualmente.
A usina de Chernobil está situada no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 quilômetros a noroeste da cidade de Chernobil, 16 quilômetros da fronteira com a Bielorrússia, e cerca de 110 quilômetros ao norte de Kiev. A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir um gigawatt de energia elétrica (3,2 gigawatts de energia térmica). Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época do acidente. A construção da instalação começou na década de 1970, com o reator nº 1 comissionado em 1977, seguido pelo nº 2 (1978), nº 3 (1981), e nº 4 (1983). Dois reatores adicionais (nº 5 e nº 6, também capazes de produzir um gigawatt cada) estavam em construção na época do acidente. As quatro unidades geradoras usavam um tipo de reator chamado RBMK-1000.[3] O acidente
Imagem de satélite da área atingida pelo acidente.
Sábado, 26 de abril de 1986, à 1:23:58 a.m. hora local, o quarto reator da usina de Chernobil - conhecido como Chernobil-4 - sofreu uma catastrófica explosão de vapor que resultou em incêndio, uma série de explosões adicionais, e um derretimento nuclear.

 Causas

Há duas teorias oficiais, mas contraditórias, sobre a causa do acidente. A primeira foi publicada em agosto de 1986, e atribuiu a culpa, exclusivamente, aos operadores da usina. A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle. Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Alguns especialistas independentes agora acreditam que nenhuma teoria estava completamente certa. Na realidade o que aconteceu foi uma conjunção das duas, sendo que a possibilidade de defeito no reator foi exponencialmente agravado pelo erro humano.
Porém o fator mais importante foi que Anatoly Dyatlov, engenheiro chefe responsável pela realização de testes nos reatores, mesmo sabendo que o reator era perigoso em algumas condições e contra os parâmetros de segurança dispostos no manual de operação, levou a efeito intencionalmente a realização de um teste de redução de potência que resultou no desastre. A gerência da instalação era composta em grande parte de pessoal não qualificado em RBMK: o diretor, V.P. Bryukhanov, tinha experiência e treinamento em usina termo-elétrica a carvão. Seu engenheiro chefe, Nikolai Fomin, também veio de uma usina convencional. O próprio Anatoli Dyatlov, ex-engenheiro chefe dos Reatores 3 e 4, somente tinha "alguma experiência com pequenos reatores nucleares".
Em particular:
  • O reator tinha um fração de vazio positivo perigosamente alto. Dito de forma simples, isto significa que se bolhas de vapor se formam na água de resfriamento, a reação nuclear se acelera, levando à sobrevelocidade se não houver intervenção. Pior, com carga baixa, este coeficiente a vazio não era compensado por outros fatores, os quais tornavam o reator instável e perigoso. Os operadores não tinham conhecimento deste perigo e isto não era intuitivo para um operador não treinado.
  • Um defeito mais significativo do reator era o projeto das hastes de controle. Num reator nuclear, hastes de controle são inseridas no reator para diminuir a reação. Entretanto, no projeto do reator RBMK, as pontas das hastes de controle eram feitas de grafite e os extensores (as áreas finais das hastes de controle acima das pontas, medindo um metro de comprimento) eram ocas e cheias de água, enquanto o resto da haste - a parte realmente funcional que absorve os nêutrons e portanto pára a reação - era feita de carbono-boro. Com este projeto, quando as hastes eram inseridas no reator, as pontas de grafite deslocavam uma quantidade do resfriador (água). Isto aumenta a taxa de fissão nuclear, uma vez que o grafite é um moderador de nêutrons mais potente. Então nos primeiros segundos após a ativação das hastes de controle, a potência do reator aumenta, em vez de diminuir, como desejado. Este comportamento do equipamento não é intuitivo (ao contrário, o esperado seria que a potência começasse a baixar imediatamente), e, principalmente, não era de conhecimento dos operadores.
  • Os operadores violaram procedimentos, possivelmente porque eles ignoravam os defeitos de projeto do reator. Também muitos procedimentos irregulares contribuíram para causar o acidente. Um deles foi a comunicação ineficiente entre os escritórios de segurança (na capital, Kiev) e os operadores encarregados do experimento conduzido naquela noite.
É importante notar que os operadores desligaram muitos dos sistemas de proteção do reator, o que era proibido pelos guias técnicos publicados, a menos que houvesse mau funcionamento.
De acordo com o relatório da Comissão do Governo, publicado em agosto de 1986, os operadores removeram pelo menos 204 hastes de controle do núcleo do reator (de um total de 211 deste modelo de reator). O mesmo guia (citado acima) proibia a operação do RBMK-1000 com menos de 15 hastes dentro da zona do núcleo.

 Eventos

Vila abandonada nos arredores do acidente.
Dia 25 de abril de 1986, o reator da Unidade 4 estava programado para ser desligado para manutenção de rotina. Foi decidido usar esta oportunidade para testar a capacidade do gerador do reator para gerar suficiente energia para manter seus sistemas de segurança (em particular, as bombas de água) no caso de perda do suprimento externo de energia. Reatores como o de Chernobil têm um par de geradores diesel disponível como reserva, mas eles não são ativados instantaneamente – o reator é portanto usado para partir a turbina, a um certo ponto a turbina seria desconectada do reator e deixada a rodar sob a força de sua inércia rotacional, e o objetivo do teste era determinar se as turbinas, na sua fase de queda de rotação, poderiam alimentar as bombas enquanto o gerador estivesse partindo. O teste foi realizado com sucesso previamente em outra unidade (com as medidas de proteção ativas) e o resultado foi negativo (isto é, as turbinas não geravam suficiente energia, na fase de queda de rotação, para alimentar as bombas), mas melhorias adicionais foram feitas nas turbinas, o que levou à necessidade de repetir os testes.
A potência de saída do reator 4 devia ser reduzida de sua capacidade nominal de 3,2 GW para 700 MW a fim de realizar o teste com baixa potência, mais segura. Porém, devido à demora em começar a experiência, os operadores do reator reduziram a geração muito rapidamente, e a saída real foi de somente 30 MW. Como resultado, a concentração de nêutrons absorvendo o produto da fissão, xenon-135, aumentou (este produto é tipicamente consumido num reator em baixa carga). Embora a escala de queda de potência estivesse próxima ao máximo permitido pelos regulamentos de segurança, a gerência dos operadores decidiu não desligar o reator e continuar o teste. Ademais, foi decidido abreviar o experimento e aumentar a potência para apenas 200 MW. A fim de superar a absorção de neutrons do excesso de xenon-135, as hastes de controle foram puxadas para fora do reator mais rapidamente que o permitido pelos regulamentos de segurança. Como parte do experimento, à 1:05 de 26 de abril, as bombas que foram alimentadas pelo gerador da turbina foram ligadas; o fluxo de água gerado por essa ação excedeu o especificado pelos regulamentos de segurança. O fluxo de água aumentou à 1:19 – uma vez que a água também absorve nêutrons. Este adicional incremento no fluxo de água requeria a remoção manual das hastes de controle, produzindo uma condição de operação altamente instável e perigosa.
À 1:23, o teste começou. A situação instável do reator não se refletia, de nenhuma maneira, no painel de controle, e não parece que algum dos operadores estivesse totalmente consciente do perigo. A energia para as bombas de água foi cortada, e como elas foram conduzidas pela inércia do gerador da turbina, o fluxo de água decresceu. A turbina foi desconectada do reator, aumentando o nível de vapor no núcleo do reator. À medida que o líquido resfriador aquecia, bolsas de vapor se formavam nas linhas de resfriamento. O projeto peculiar do reator moderado a grafite RBMK em Chernobil tem um grande coeficiente de vazio positivo, o que significa que a potência do reator aumenta rapidamente na ausência da absorção de nêutrons da água, e nesse caso a operação do reator torna-se progressivamente menos estável e mais perigosa.
À 1:23 os operadores pressionaram o botão AZ-5 (Defesa Rápida de Emergência 5) que ordenou uma inserção total de todas as hastes de controle, incluindo as hastes de controle manual que previamente haviam sido retiradas sem cautela. Não está claro se isso foi feito como medida de emergência, ou como uma simples método de rotina para desligar totalmente o reator após a conclusão do experimento (o reator estava programado para ser desligado para manutenção de rotina). É usualmente sugerido que a parada total foi ordenada como resposta à inesperada subida rápida de potência. Por outro lado Anatoly Syatlov, engenheiro chefe da usina Nuclear de Chernobil na época do acidente, escreveu em seu livro:
Cquote1.pngAntes de 01:23, os sistemas do controle central... não registravam nenhuma mudança de parâmetros que pudessem justificar a parada total. A Comissão...juntou e analisou grande quantidade de material, e declarou em seu relatório que falhou em determinar a razão pela qual a parada total foi ordenada. Não havia necessidade de procurar pela razão. O reator simplesmente foi desligado após a conclusão do experimento.Cquote2.png
Devido à baixa velocidade do mecanismo de inserção das hastes de controle (20 segundos para completar), as partes ocas das hastes e o deslocamento temporário do resfriador, a parada total provocou o aumento da velocidade da reação. O aumento da energia de saída causou a deformação dos canais das hastes de controle. As hastes travaram após serem inseridas somente um terço do caminho, e foram portanto incapazes de conter a reação. Por volta de 1:23:47, o a potência do reator aumentou para cerca de 30GW, dez vezes a potência normal de saída. As hastes de combustível começaram a derreter e a pressão de vapor rapidamente aumentou causando uma grande explosão de vapor, deslocando e destruindo a cobertura do reator, rompendo os tubos de resfriamento e então abrindo um buraco no teto.
Para reduzir custos, e devido a seu grande tamanho, o reator foi construído com somente contenção parcial. Isto permitiu que os contaminantes radioativos escapassem para a atmosfera depois que a explosão de vapor queimou os vasos de pressão primários. Depois que parte do teto explodiu, a entrada de oxigênio – combinada com a temperatura extremamente alta do combustível do reator e do grafite moderador – produziu um incêndio da grafite. Este incêndio contribuiu para espalhar o material radioativo e contaminar as áreas vizinhas.
Há alguma controvérsia sobre a exata sequência de eventos após 1:22:30 (hora local) devido a inconsistências entre declaração das testemunhas e os registros da central. A versão mais comumente aceita é descrita a seguir. De acordo a esta teoria, a primeira explosão aconteceu aproximadamente à 1:23:47, sete segundos após o operador ordenar a parada total. É algumas vezes afirmado que a explosão aconteceu antes ou imediatamente em seguida à parada total (esta é a versão do Comitê Soviético que estudou o acidente). Esta distinção é importante porque, se o reator tornou-se crítico vários segundos após a ordem de parada total, esta falha seria atribuída ao projeto das hastes de controle, enquanto a explosão simultânea à ordem de parada total seria atribuída à ação dos operadores. De fato, um fraco evento sísmico foi registrado na área de Chernobil à 1:23:39. Este evento poderia ter sido causado pela explosão ou poderia ser coincidente. A situação é complicada pelo fato de que o botão de parada total foi pressionado mais de uma vez, e a pessoa que o pressionou morreu duas semanas após o acidente, envenenada pela radiação.

[editar] Sequência de eventos

Mapa mostrando o avanço da radiação após o acidente.
  • 26 de abril de 1986 - Acidente no reator 4, da Central Elétrica Nuclear de Chernobil. Aconteceu à noite, entre 25 e 26 de abril de 1986, durante um teste. A equipe operacional planejou testar se as turbinas poderiam produzir energia suficiente para manter as bombas do líquido de refrigeração funcionando, no caso de uma perda de potência, até que o gerador de emergência, a óleo diesel, fosse ativado. Para prevenir o bom andamento do teste do reator, foram desligados os sistemas de segurança. Para o teste, o reator teve que ter sua capacidade operacional reduzida para 25%. Este procedimento não saiu de acordo com planejado. Por razões desconhecidas, o nível de potência de reator caiu para menos de 1% e por isso a potência teve que ser aumentada. Mas 30 segundos depois do começo do teste, houve um aumento de potência repentina e inesperada. O sistema de segurança do reator, que deveria ter parado a reação de cadeia, falhou. Em frações de segundo, o nível de potência e temperatura subiram em demasia. O reator ficou descontrolado. Houve uma explosão violenta. A cobertura de proteção, de 1000 toneladas, não resistiu. A temperatura de mais de 2000°C, derreteu as hastes de controle. A grafite que cobria o reator pegou fogo. Material radiativo começou a ser lançado na atmosfera.
  • de 26 de abril até 4 de maio de 1986 - a maior parte da radiação foi emitida nos primeiros dez dias. Inicialmente houve predominância de ventos norte e noroeste. No final de abril o vento mudou para sul e sudeste. As chuvas locais frequentes fizeram com que a radiação fosse distribuída local e regionalmente.
O "sarcófago" que abriga o reator 4, construído para conter a radiação liberada pelo acidente.
  • até 5 de maio 1986 - durante os 10 dias após o acidente, 130 mil pessoas foram evacuadas.
  • 6 de maio de 1986 - cessou a emissão radioativa.
  • Novembro de 1986 - o "sarcófago" que abriga o reator foi concluído. Ele destina-se a absorver a radiação e conter o combustível remanescente. Considerado uma medida provisória e construído para durar de 20 a 30 anos, seu maior problema é a falta de estabilidade, pois, como foi construído às pressas, há risco de ferrugem nas vigas.
  • 1989 - o governo russo embargou a construção dos reatores 5 e 6 da usina.
  • 12 de dezembro de 2000 - depois de várias negociações internacionais, a usina de Chernobil foi desativada.

Referências

  1. Chernobyl’s Legacy: Health, Environmental and Socio-Economic Impacts and Recommendations to the Governments of Belarus, the Russian Federation and Ukraine (em inglês). IAEA - International Atomic Energy Agency. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  2. a b Stone, Richard. Inside Chernobyl (em inglês). National Geographic. Página visitada em 28 de setembro de 2009.
  3. Chernobyl - A nuclear disaster (em inglês). Oracle Think Quest Education Foundation. Página visitada em 28 de setembro de 2009.

Ver também

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Ligações externas