25/7/2007
Nona Rodada vai oferecer 313 blocos em 9 bacias sedimentares
A Nona Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios, a ser realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nos dias 27 e 28 de novembro de 2007, no Rio de Janeiro, ofertará 313 blocos em nove bacias sedimentares: Campos, Santos, Espírito Santo, Pará-Maranhão, Parnaíba, Pernambuco-Paraíba, Potiguar, Recôncavo e Rio do Peixe. No total, serão oferecidos aproximadamente 98.000 km² em áreas para exploração de petróleo e gás natural. Esta Nona Rodada mantém o modelo adotado anteriormente, com a oferta de blocos em setores de elevado potencial, de novas fronteiras e em bacias maduras. As áreas para exploração de petróleo e gás natural em oferta nesta rodada visam ampliar as reservas brasileiras, minimizando a dependência energética externa do gás natural e buscando a manutenção da auto-suficiência na produção de petróleo. Serão ofertados 153 blocos marítimos de elevado potencial, em 10 setores das bacias de Campos, Espírito Santo e Santos, áreas de interesse para grandes e médios investidores. Além disso, incluirá 69 blocos em setores marítimos considerados de nova fronteira. O objetivo, nessas áreas, é possibilitar o surgimento de novas zonas de produção nas bacias de Espírito Santo, Pará-Maranhão e Pernambuco-Paraíba. Nos setores de novas fronteiras terrestres, serão incluídos 29 blocos, dos quais 10 na Bacia de Parnaíba e 19 na Bacia do Rio do Peixe, com o objetivo de atrair investimentos e aumentar o conhecimento geológico nesta área. Também serão ofertados 62 blocos classificados como maduros das bacias terrestres do Espírito Santo, Potiguar e Recôncavo. A continuidade da exploração e a produção de petróleo e gás natural nessas regiões pode induzir ao desenvolvimento de uma indústria regional, importante fonte de geração de empregos e renda longe dos grandes centros. Áreas oferecidas na Nona Rodada de Licitações Campos (mar): Elevado potencial: serão oferecidos 4 setores: Total: 31 blocos e 11.611,05 Km2 de área. Espírito Santo (mar): Nova Fronteira: 1 setor; 6 blocos e 4.347,69 km² Elevado Potencial: 1 setor, 2 blocos e 361,18 km² Total: 8 blocos e 4.708,87 km² Espírito Santo (terra): Bacia Madura: 1 setor, com 10 blocos e 292,22 Km2 Pará-Maranhão (mar): Nova Fronteira. Serão oferecidos 2 setores Total de 50 blocos e 9.616,18 Km2. Parnaíba (terra): Nova Fronteira: Será oferecido 1 setor Total de 10 blocos e 30.664,46 Km2. Pernambuco-Paraíba (mar): Nova Fronteira: serão oferecidos 2 setores, Total de 13 blocos e 8.004,66 Km2. Potiguar (terra): Bacia madura: Será oferecido um setor Total de 20 blocos e 573,42 Km2. Recôncavo (terra): Bacia madura: será oferecido 1 setor Total: 32 blocos e 816,87 Km2. Rio do Peixe (terra): Niva Fronteira. Será oferecido 1 setor Total: de 19 blocos e 613,43 Km2 de área. Santos (mar): Elevado Potencial. Serão oferecidos 5 setores Total: de 120 blocos e 31.092,06 Km2 de área. Total geral da nova rodada TERRA: Bacia Madura, 62 blocos, com 1.682,51 Km2 de área Nova Fronteira, 29 blocos, com 31.277,89 Km2 de área MAR: Elevado Potencial, 153 blocos, com 43.064,29 Km2 de área Nova Fronteira, 69 blocos, com 21.968,54 Km2 de área TOTAL GERAL: 313 BLOCOS, 97.993,23 Km2 Informações sobre as bacias da nona rodada Bacia de Campos Localiza-se nos litorais dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Atualmente é a principal província produtora de óleo e gás, responsável por 79% de toda a produção nacional. O primeiro campo produtor na bacia foi o de Garoupa e data de 1974. Atualmente, parte do esforço exploratório tem-se focado em perfurações abaixo das camadas de sal, cujas conclusões ainda não foram divulgadas. Nos últimos dois anos, foram perfurados 52 poços. Bacia do Espírito Santo Somente em 2006 apresentou 16 notificações de descobertas, a produção em terra retomou o crescimento, reforçando a indicação para pequenas e médias empresas. Do ponto de vista geológico, é muito semelhante à bacia de Campos. Dispõe de infra-estrutura montada, especialmente nas lâminas d´água de até 400 m, como gasodutos, apoio marítimo e apoio terrestre. Foram perfurados, nos últimos dois anos, 37 poços exploratórios. O trecho terrestre da bacia dispõe de uma boa malha de sísmica 3D pública. Bacia do Pará-Maranhão Na década de 80, foi realizado importante esforço exploratório na região, especialmente nos trechos de águas rasas da bacia que se localiza na porção norte da plataforma continental no litoral dos Estados do Pará e Maranhão. Dentre os 29 poços perfurados da bacia, 07 são classificados como produtores subcomerciais de óleo leve e/ou gás, além do poço 1 PAS 11 PA, onde foi descoberto óleo leve 40-44° API. Bacia do Parnaíba É uma bacia de nova fronteira, porém alguns indicadores, como profundidade da bacia (3.000 m), espessuras das rochas geradoras e reservatórios, 400 e 250 m respectivamente, têm chamado a atenção. Além disso, existem algumas exsudações e poços com presença de hidrocarboneto em Testa Branca, Floriano e Capinzal, dos quais um deles, o 2CP 0001 MA, foi classificado como produtor subcomercial de gás. Dispõe ainda de levantamento recente de gravimetria e magnetometria de 116.360 Km2 e 163.690 Km2, respectivamente. Bacia de Pernambuco-Paraíba Localiza-se na faixa emersa dos litorais de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, cujo principal complexo industrial da região, o de Suape, pode viabilizar a implantação de estruturas de produção. Como parte do esforço exploratório conduzido pela ANP, existem alguns trabalhos levantados na bacia, um deles, é um levantamento geoquímico - piston core – e um relatório do potencial petrolífero feito pela UFRN, neste primeiro, identificou-se evidência da presença de hidrocarbonetos no Alto de Touros ao norte e na fronteira com Alagoas ao sul da bacia. Bacia Potiguar É uma bacia indicada preferencialmente para empresas de médio e pequeno porte, dada a alta probabilidade de descoberta e relativamente baixo investimento. Trata-se de uma bacia rasa, com espessuras médias de 300 metros, tem uma parte emersa e outra submersa, limita-se aos estados do Rio Grande do Norte e Ceará. É uma bacia madura de elevado esforço exploratório, onde foram descobertos diversos campos nesta bacia durante os contratos de risco na década de 70. Dispõe de uma ampla malha sísmica 2D e 3D e, nos últimos 2 anos, foram perfurados 67 poços exploratórios nesta bacia. Bacia do Recôncavo Está entre as poucas bacias sedimentares brasileiras densamente exploradas, com quase seis mil poços. Conseqüentemente dispõe de farta infra-estrutura, sendo a última declaração de descoberta, de janeiro de 2007. É indicada principalmente para empresas de médio e pequeno porte. Localiza-se na parte emersa do estado da Bahia ao norte da capital, Salvador. Trata-se da primeira descoberta significativa de óleo no Brasil, no distrito de Lobato, em 1939, além de ser uma das principais províncias petrolíferas até a década de 70. Nos últimos dois anos, foram perfurados 13 poços exploratórios na bacia. Bacia do Rio do Peixe É uma das pequenas bacias interiores, localizada principalmente no Estado da Paraíba. A principal cidade da região é Souza, famosa por abrigar registros fósseis de pegadas de dinossauros. Nesta rodada serão oferecidos 19 blocos, dos quais nenhum coincide com o Parque dos Dinossauros. No trecho central da bacia, as espessuras atingem até 2000 metros de profundidade. Existe uma exsudação cujas análises químicas identificaram um óleo parafínico não biodegradado com 30º API. Quanto ao esforço exploratório, a bacia possui aproximadamente 80 Km de sísmica 2D, um poço perfurado pela CPRM e um levantamento geoquímico financiado com recursos da ANP Bacia de Santos Localiza-se na porção sudeste da plataforma continental, estendendo-se desde o Rio de Janeiro até Santa Catarina. É uma bacia das mais promissoras do ponto de vista exploratório, pois além de guardar diversas semelhanças geológicas com a Bacia de Campos, tem espessuras sedimentares que atingem até 10.000 metros. Possui um esforço exploratório relativamente esparso, porém de boa qualidade e recente. Tem grandes possibilidades de ser uma das bacias supridoras da demanda de gás. Nos últimos dois anos foram perfurados 31 poços nesta bacia. Além disso, assim como em Campos, um novo e promissor objetivo exploratório têm sido as camadas pré-sal da bacia. Benefícios das Rodadas de Licitações da ANP para o país Resultados das rodadas anteriores - Nas sete rodadas de blocos exploratórios realizadas de 1999 a 2005, foram arrecadados cerca de R$ 3,3 bilhões apenas em bônus de assinatura. - No total, foram concedidos 582 blocos exploratórios nesse período. - A Sétima Rodada (2005) foi a de maior arrecadação em dólares: o equivalente a US$ 485 milhões (R$ 1,085 bilhões). Petróleo & Gás - Ampliação do conhecimento geológico do subsolo brasileiro: em exploração em mais 407 mil km² de área desde 1997. Aumento das probabilidades de reservas futuras para auto-suficiência sustentável, com a expansão de atividades em regiões de nova fronteira. No período de 1997 a 2006, as reservas provadas de óleo saltaram de sete para 12 bilhões de barris. As de gás cresceram de 228 bilhões de m³ para 348 bilhões de m³. - De 1997 a 2006, houve um incremento de 60% nas reservas provadas, atualmente possuímos 14,37 bilhões de boe – barris de óleo equivalente - (Óleo 12,1 bilhões de barris e Gás Natural 347 bilhões de m³). - A participação do gás natural na oferta interna de energia, que era de 1% em 1980, saltou para 9,5% em 2006. - De 1997 a 2006, a produção de petróleo no Brasil saltou de 317 milhões de barris (865,7 mil barris diários) para 660,3 milhões de barris em 2006 (1,8 milhão de barris diários). - A produção de gás teve um crescimento de 9,8 bilhões de m³/dia em 1997 (27 milhões de m3 diários) para 17,7 bilhões de m3 em 2006 (48,5 milhões de m³/dia).Desde 1997, cerca de 4,0 bilhões de barris de petróleo e 153 bilhões de m3 de gás natural foram acrescentados às reservas totais do país. - Em 2006, com uma produção média diária de 1,8 bilhão de barris, o Brasil alcançou a auto-suficiência. Crescimento econômico - De 1997 até hoje a indústria de petróleo e gás apresentou uma expansão de mais de 300%. A participação do setor no PIB-preços básicos mais do que triplicou: saltou de 2,75% em 1997 para cerca de 10% atualmenteCrescimento econômico: entre 1997 e 2005, a indústria do petróleo e gás cresceu cerca de 350% (reais, por preços constantes). O PIB do setor de petróleo, que era de 2,75% em 1997, hoje representa cerca de 11% do PIB nacional. - Investimentos constantes: U$ 30,7 bilhões é o montante dos investimentos comprometidos pelas concessionárias para o período 2006-2010. Hoje, além da Petrobras, outras 60 59 empresas atuam no Brasil, sendo 31 30 brasileiras. - Esses investimentos desenvolvem a indústria nacional fornecedora de materiais, equipamentos, componentes e serviços (com cerca de 350 mil itens) para o setor de petróleo e gás, gerando empregos. Investimento Social - Somente de impostos diretos, a estimativa é de que o petróleo gere mais de R$ 50 bilhões em arrecadação anual. - Em 1997, último ano do monopólio da Petrobras, a arrecadação de royalties foi de R$ 190 milhões. De 1998 a 2006, a soma dos royalties com a participação especial atingiu R$ 63 bilhões. - Em maio de 2007, além da União, 10 Estados e cerca de 800 municípios brasileiros receberam royalties de petróleo. - Os contratos de concessão firmados pela ANP incluem cláusula que reserva 1% da renda bruta dos campos de grande produtividade a projetos e programas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, assim como à formação ou capacitação de recursos humanos em petróleo e gás. Desde 1998, esses recursos já somam R$ 2,3 bilhões. Cabe à ANP credenciar universidades e institutos de pesquisa para executar pelo menos 50% desses projetos e programas. - Os recursos provenientes dos royalties também são investidos no PRH - Programa de Recursos Humanos da ANP-MCT. No período entre 1999/2007 esses investimentos ultrapassam R$ 140 milhões. - Desde 2005, a ANP incentiva o ingresso de pequenas e médias empresas nas atividades do setor de produção de petróleo e gás natural por meio da oferta de áreas inativas com acumulações marginais de petróleo e gás: 20 dessas áreas encontram-se em concessão nos estados do Espírito Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. A iniciativa tem impacto positivo sobre o desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros. Fonte: Assessoria de Imprensa ANP
Juliana Martins
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