sexta-feira, 29 de abril de 2011

GEÓLOGO UMA PROFISSÃO , UM DESAFIO DIÁRIO O PRAZER DE VIVER

domingo, 24 de abril de 2011

O legado do Dr. das Águas, Aldo Rebouças, em São Paulo



Como a água é um bem fundamental para a vida do ser humano e todo o seu ambiente, temos que criar a consciência de que é um bem finito e que tem que se usado com inteligência e responsabilidade” – Aldo Rebouças (1937-2011
As cinzas serão mergulhadas nas águas do mar para onde correm todos os rios. Uma nobre homenagem ao professor Aldo Rebouças, que morreu dia 18 de abril, segunda-feira, aos 73 anos, em São Paulo, cidade na qual vivia desde o convite para trazer seu conhecimento à USP, na década de 1970.

Cearense de Peixe Gordo, se formou em geologia pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, em 1962. Fez mestrado e doutorado pela Universite de Strasbourg, na França. E pós-doutorado pela Stanford University, nos Estados Unidos.

Muito antes de as preocupações sobre a escassez e tratamento das águas chegarem às autoridades e aos meios de comunicação, Aldo Rebouças já usava sua voz firme e discurso sincero para alertar o mundo sobre como estas questões afetariam a qualidade da oferta do produto.

Criticava duramente a ideia de que a água era abundante, inesgotável e gratuita. Uma falácia que, sabia bem, acabaria por levar ao uso desregrado e impróprio deste recurso que, atualmente, falta para ao menos um bilhão de pessoas e causa a morte de mais alguns milhares pelo Planeta.

Rebouças, este sim, era uma fonte abundante, inesgotável e gratuita de informação.

Entrevistei-o pela primeira vez na época em que trabalhei na TV Cultura, nos anos 90, quando o assunto ganhava espaço na agenda jornalística. Sempre se apresentava no estúdio com documentos e registros que respaldavam suas teses.

Nunca mais perdi seu contato e sempre explorei da capacidade – e paciência – dele para explicar ao público como era possível, por exemplo, a cidade de São Paulo ficar embaixo d’água no verão e sofrer com sua escassez no inverno.

Ensinava que o problema daqui – assim como do restante do Brasil – era a má gestão dos recursos hídricos.

A cidade é contemplada com dois grandes rios, Tietê e Pinheiros, mais uma centena de rios menores e córregos que cortam nossa geografia. Temos, ainda, duas enormes represas, Billings e Guarapiranga. Por outro lado, decidimos ocupar suas várzeas, retificamos seus leitos, encobrimos seus vãos e os transformamos em impressionantes latas de lixo.

Não bastasse isso, consumimos mais do que o recomendado. Hoje, somos perto de 15 milhões de pessoas morando neste ambiente urbano consumindo, em média, 80 litros de água para as necessidades domésticas, todos os dias. Apesar da aparente oferta, somos obrigados a “importar” o recurso de Minas Gerais, pois nossos mananciais não dão mais conta do recado. Também se perde parte da água tratada no caminho das casas, por falta de manutenção das redes públicas.

Professor Rebouças sempre denunciou este cenário. Mas fez muito mais.

Ele próprio diz que sua maior contribuição foi descrever o aquífero Guarani, um manancial de água doce subterrânea que se estende por 1,2 milhão de km2 pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Até seus estudos, a hidrografia reconhecia apenas uma parcela desta água, no aquífero Botucatu.

Colocaria em seu legado, também, o ensinamento que transmitiu a uma legião de jornalistas que o procurava na busca do seu conhecimento. Aldo Rebouças nos atendia sempre e falava de forma didática, sem meias palavras, com linguajar próximo do público. Às vezes, se estendia nas respostas, além do que o tempo do rádio permitia, pois não queria perder a oportunidade de catequizar o cidadão sobre a questão das águas. Respeitosamente, o ouvia até a última palavra.

Há alguns anos, ao procurá-lo fiquei sabendo que sofria de Parkison e estava com dificuldade para falar. Nesta semana, com muita tristeza, recebi a notícia da morte dele por falência respiratória.

A missão de Aldo Rebouças, porém, não se encerrou. Seus ensinamentos contaminaram uma quantidade enorme de pesquisadores, estudiosos e cidadãos. Cabe a estes, agora, levar a frente a ideia da proteção dos recursos hídricos – nesta que seria a mais significativa de todas as homenagens ao Doutor das Águas

terça-feira, 12 de abril de 2011

Japão eleva ao máximo nível do desastre nuclear em Fukushima

Nível passou de 5 a 7,
 informou a Agência de Segurança Nuclear do Japão.
Com isso, acidente em Fukushima se iguala ao de Chernobyl, em 1986.

A Agência de Segurança Nuclear do Japão elevou, nesta terça-feira (12), o nível do desastre nuclear na central atômica de Fukushima Daiichi de 5 ao máximo 7, e confirmou que a usina lançou uma quantidade enorme de substâncias radioativas na atmosfera durante um período após os desastres naturais que atingiram o país em 11 de março, deixando mais de 13 mil mortos.

Com a nova avaliação dos japoneses, o acidente em Fukushima se igualaria ao de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

De acordo com a agência, o índice reflete a gravidade inicial do acidente e não o momento atual. Segundo o governo japonês, caíram drasticamente os níveis de radiação no complexo. O Japão admite ainda que se esforça para recuperar o controle total do complexo.
 saiba mais

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou, em Viena, Áustria, o alerta da Agência de Segurança Nuclear do Japão sobre a gravidade do acidente em Fukushima.
 Por meio de comunicado, informou que o nível do desastre atingiu qualificação máxima: 7, na Escala Internacional Nuclear (INES).
 Anteriormente, a agência de notícias local Kyodo informou que a Comissão de Segurança Nuclear do governo estimou que a quantidade de material radioativo que vazou dos reatores de Fukushima chegou ao máximo de 10.000 terabequerels por hora em um determinado ponto por diversas horas, o que classificaria o incidente como um grande acidente, de acordo com a escala internacional de intensidade Ines.
 O Japão já tinha classificado o acidente nos reatores operados pela Tokyo Electric Power Co (Tepco), cujos engenheiros ainda tentam estabilizar a usina, como nível 5, o mesmo estabelecido no acidente de 1979 em Three Mile Island, nos Estados Unidos.
 Em 11 de março, um terremoto de magnitude 9 seguido por um tsunami danificou os reatores do complexo nuclear Fukushima Daiichi, que desde então tem sofrido com vazamentos radioativos.

China
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse ao premiê japonês, Naoto Kan, que estava 'preocupado' com a emissão de radiação ao oceano e pediu ao governo japonês que considere 'muito seriamente' o impacto do vazamento nuclear no ambiente marinho e nos países vizinhos.


Os comentários de Wen, publicados no site oficial do governo, ressaltam as preocupações da China com a crise nuclear no Japão, especialmente depois de o país ter despejado água radioativa no mar.

'O governo e o povo chinês expressam sua preocupação com isso, e pedem ao governo japonês para que dê alta importância ao impacto dessa questão no ambiente marítimo e principalmente nos países vizinhos, cumpra rigorosamente com a lei internacional referente ao assunto e tome medidas efetivas de controle e prevenção, além de informar imediatamente, de forma compreensiva e precisa, sobre a situação à China', disse Wen em comunicado.

Wen disse que o primeiro-ministro japonês havia 'lamentado' o acidente nuclear e garantiu ao premiê chinês que o Japão iria divulgar informações rápidas e precisas sobre o acidente.

Níveis de radiação - Fukushima 7 (Foto: Arte/G1)

Efeitos da radiação nuclear sobre a saúde humana (Foto: Arte/G1)

VALE ESTE MAGNITUDE REVISADO - Entenda o terremoto no Japão (Foto: Arte/G1)

(*) Com informações das agências de notícias Efe e Reuters

domingo, 3 de abril de 2011

Água radioativa vaza de Fukushima e preocupa as autoridades japonesas

Fontes da empresa Tepco informaram que o nível de radioatividade no local alcançou mais de 1 mil milisievert por hora. A 40 quilômetros de Fukushima, o Ministério de Ciência japonês diz ter detectado o dobro do nível normal de Iodo-131
A empresa de energia japonesa Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a usina nuclear de Fukushima Daiichi, confirmou neste sábado (2) ovazamento para o mar de água com elevado nível de radioatividade. O líquido vazou do reator de número 2 da central, por uma rachadura de cerca de 20 centímetros, e já contaminou bastante a água do oceano As autoridades japonesas se disseram preocupadas, e temem pelo alcance da radioatividade agora que está no mar.


Divulgação/Tokyo Electric Power Co
CRISE NUCLEAR Trabalhador de Fukushima aponta para a rachadura no reator 2, causada pelo terremoto em 11 de março, e por onde vaza líquido radioativo.
Logo após detectado o problema, funcionários da usina começaram a construir uma barreira com concreto para tentar conter a água que escorria. A Agência de Segurança Nuclear do Japão não descarta a possibilidade de existirem outros vazamentos de líquido contaminado ao mar, e solicitou à Tepco novos testes nas águas litorâneas para avaliar a presença de materiais radioativos.

Fontes da própria Tepco informaram que o nível de radioatividade alcançou mais de 1 mil milisievert por hora no local. A 40 quilômetros de Fukushima, o Ministério de Ciência japonês diz ter detectado o dobro do nível normal de Iodo-131, embora o próprio governo tenha afirmado que isso ainda não é alarmante, uma vez que esse iodo irá se diluir no mar.

Ao mesmo tempo que tentam conter o escorrimento de água radioativa, os operários de Fukushima se esforçam para conseguir drenar a água que se encontra nos reatores 1, 2 e 3 e evitar novos vazamentos. Para isso, a Tepco precisa encontrar um reservatório que armazene todo o líquido. Uma das opções cogitadas é utilizar uma ilha artificial flutuante que conseguiria abrigar 10 mil das cerca de 13 mil toneladas de água contaminada da usina.

Embora todo esse trabalho de controle do escapamento de materiais perigosos e a radioatividade complique ainda mais a situação dos operários, também houve progressos nas últimas horas. A Tepco conseguiu instalar um sistema provisório de bombeamento de água marítima nos quatro reatores para tentar resfriá-los. Ele ainda não foi iniciado por causa dos altos níveis de radiação, mas já representa uma esperança na contenção da
crise nuclear que se estende desde o último dia 11 de março.

Centenas de funcionários da Tepco, bombeiros e militares participam dos trabalhos para controlar a usina. Alguns deles receberam neste sábado a visita do primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, que viajou até uma base situada a cerca de 20 quilômetros da usina nuclear. Em declarações divulgada pela agência de notícias japonesa Kyodo, o premiê encorajou os funcionários a lutarem contra o perigo em Fukushima, "com a convicção de que esta batalha não pode ser perdida