Ricardo Marra, geógrafo desde 1982, criou o primeiro catálago de cavernas brasileiras.
O doutorando do Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) classificou 1.169 cavernas das cinco regiões brasileiras.
As grutas foram classificadas de acordo com sua relevância para o turismo, a ecologia, a economia, a ciência ou a história, por exemplo.
A ideia é subsidiar ações para a preservação e a exploração das cavernas.O geógrafo Ricardo Marra coletou, durante o doutorado, avaliações de grandes especialistas em Espeleologia do Brasil.
O projeto de Marra considerou o desenvolvimento sustentável das áreas de abrangência das cavernas como principal critério de relevância durante a classificação das cavernas. Assim, o catálogo produzido por ele identifica quais são as cavidades naturais subterrâneas que podem ser exploradas, seja pelo turismo ou pela mineração.
A partir do estudo, Marra propõe que novas unidades de conservação sejam criadas. Ele sugere, por exemplo, preocupação extra dos governantes com o cerrado, que possui 62% do total de cavernas do país. Para o pesquisador, governo, especialistas e sociedade precisam se unir para preservar esses ambientes naturais e, com a classificação, ele espera fornecer os subsídios necessários para isso.
Os métodos de classificação são baseados nos critérios de relevância e atributos definidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) em 2004. A tese de doutorado Critérios de relevância para classificação de cavernas no Brasil, defendida em dezembro do ano passado. Para o pesquisador, a iniciativa permite a difusão do conhecimento das cavernas, podendo gerar novas pesquisas. “Com a classificação, criamos mais possibilidades para o desencadeamento de estratégias de gestão em prol das cavernas brasileiras”, explica Marra.Marra distribuiu questionários a 11 especialistas com larga experiência em espeleologia. Eles responderam a 20 perguntas sobre cada caverna.
As cavidades naturais subterrâneas foram separadas de acordo com seis atributos ambientais: ecológico, ambiental (vocação para se tornar Unidade de Conservação), cênico (beleza), científico, histórico-cultural, e socioeconômico. Os atributos considerados por ele são: dimensão; morfologia; valores paisagísticos; peculiaridades geológicas, geomorfológicas e mineralógicas; vestígios arqueológicos e paleontológicos; recursos hídricos; ecossistemas frágeis; espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção; diversidade biológica; relevância histórico-cultural e socioeconômica. Cada critério recebeu um conceito dos especialistas (informação desconhecida, irrelevante, baixa, média ou alta e notável). Elas também foram classificadas pela importância que possuem: local, regional, nacional e internacional
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