terça-feira, 3 de março de 2009

O Brasil e a crise mundial - Dez razões para sermos otimistas


O Brasil e a crise mundial - Dez razões para sermos otimistas
Avaliada pelos últimos indicadores de desempenho econômico e em vista de seu brilhante passado recente, a economia brasileira inspira preocupação. Milhares de profissionais valiosos perderam seu emprego nas indústrias mais dependentes do ambiente externo, como no caso da atividade de mineração.A inadimplência das famílias atingiu em janeiro desse ano o maior nível desde maio de 2002. A desaceleração do PIB é severa. Parece, portanto, não haver espaço para otimismo. Mas, como o otimismo tem de ser encontrado justamente nesses momentos mais duros, transcrevemos matéria da maior revista semanal de notícias do Brasil – VEJA – que, realisticamente, à luz de fatos e da análise dos principais e mais respeitados economistas, o país deve transpor com razoável desenvoltura o ambiente perverso que a economia mundial está impondo ao mundo globalizado. A economia brasileira também sofre com a crise. Mas é consenso que o Brasil será um dos países menos afetados. Concordam com esse diagnóstico organizações como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a OCDE, a organização econômica dos países ricos. Anote as dez razões que sustentam com otimismo a possibilidade do Brasil atravessar a crise mundial de 2009 apenas com pequenos arranhões – e com chances significativas de emergir em 2010 com crescimento robusto:
1) Reservas de 200 bilhões de dólares intocadas depois de seis meses de crise; 2) Bancos competentes, regulados, com baixa exposição a riscos e provisionados contra calotes; 3) Ausência de bolhas de crédito e imobiliária, com potencial de crescimento real nesses setores; 4) Mercado interno forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população; 5) Matriz energética mais "verde" do mundo, com independência do petróleo importado; 6) Estabilidade política, em que a democracia foi entronizada como patrimônio nacional; 7) Estabilidade econômica e arcabouço regulatório imperfeito mas previsível; 8) Maior exportador de alimentos do mundo, o que garante vendas externas volumosas em qualquer cenário; 9) Mercado externo diversificado, com compradores em todo o mundo e mercadorias de crescente valor agregado;10) As mesmas projeções que apontam estagnação no mundo projetam crescimento do PIB do Brasil em 2009.
Fonte: Revista VEJA - Edição 2102 - 04 de março de 2009

MEG faz balanço de 2008 e antecipa projeções para 2009O relatório anual do Metal Economic Group - MEG, distribuído no PDAC 2009, elaborado por Jason Goulden (vice-presidente da entidade), faz analise dos orçamentos de 2008 do segmento de exploração mineral em escala global.
Pela síntese do relatório do MEG o total mundial dos orçamentos em exploração mineral, para metais não ferrosos (excluído urânio), foi estimado para 2009 em US$ 13,2 bilhões, considerando o universo de 2.095 empresas de mineração. Incluindo o urânio, o orçamento mundial em exploração mundial salta para US$ 14,4 bilhões.
Em 2007 os investimentos excluindo urânio foram de US$ 10,5 bilhões. Caso não houvessem ocorrido cortes nos orçamentos no ultimo trimestre de 2008, fatalmente o mercado teria realizado o maior orçamento de todos os tempos. Os gastos reais em 2008 foram, no entanto, menores do que os orçamentos previstos para o mesmo ano. Como a maioria das empresas investiu a maior parte dos seus recursos antes do inicio da forte da crise, é provável que os gastos reais em exploração mineral no mundo no ano passado tenham superado os valores de 2007, materializando o maior investimento em exploração mineral desde que o MEG começou a levantar esses dados estatísticos setoriais.
Considerando o porte das empresas, as majors aumentaram seus investimentos, relativos às demais empresas, de 30% para 37%, as empresas de porte médio diminuíram os investimentos de 16% para 14% e as juniores diminuíram de 52% para 49%. Nesse cenário as empresas de governo ainda permaneceram com orçamentos estáveis. As juniores mantiveram a liderança nos investimentos globais em exploração mineral com 49% do total. Nesse período, os custos dos serviços em exploração mineral experimentaram significativos aumentos nas planilhas de despesas das empresas, desde os gastos com combustíveis até os relacionados ao pessoal técnico.
Após cinco anos de forte crescimento dos orçamentos liderados pelas empresas juniores, responsável pela euforia do mercado e na relativa facilidade na captação de recursos, em 2008 o segmento cresceu somente 16%.
Os orçamentos em exploração mineral por região mostram a America Latina com 25% do total, Canadá com 19%, Austrália com 14%, África com 15%, USA com 7%, o Pacífico/Sudeste da Ásia com 5% e as demais com apenas 15% dos recursos globais.
A distribuição dos orçamentos pelos 10 principais países mineradores do mundo foi em 2008, da seguinte ordem: Canadá - 19%, Austrália -14%, USA - 7%, México - 6%, Peru - 5%, Rússia - 5%, Chile - 4%, Brasil - 3%, África do Sul - 3% e os demais 31%.
O Brasil ocupou o oitavo lugar dentre os 10 maiores orçamentos.
Considerando a distribuição dos orçamentos por alvo (commodity) o quadro foi o seguinte: ouro - 39%, metais base - 40%, diamante - 8%, PGM - 3%, outros - 10%.
Pela primeira vez os metais base (cobre, niquel e zinco) eclipsaram o ouro como alvo de maior orçamento em exploração mineral, sendo o cobre o principal foco. Os investimentos em exploração mineral para urânio também cresceram em 2008 considerando-se 383 empresas (sendo 173 só para urânio) consultadas, que investiram em conjunto US$ 1,15 bilhão.
Na alocação dos orçamentos de exploração mineral por estagio de desenvolvimento, os projetos em estagio avançado (late-stage) receberam 42% dos recursos, os projetos em estagio inicial (grassroot) receberam 36%, sendo que os projetos de ampliação de reservas e melhoria de produtos na mina (minesite) receberam 22%.
As juniores contribuíram com mais de 50% dos investimentos no estagio inicial e mais de 60% no estagio avançado, enquanto as empresas intermediarias e as majors investiram cerca de 80% dos seus orçamentos no local da mina.
Perspectivas
A crise que afetou as economias globais teve forte e significativa influência no setor de exploração mineral. No entanto, a esperança dos especialistas é a de que o mundo em desenvolvimento, particularmente a China, tenha sido pouco afetado e que garanta breve retorno às transações vivenciadas nos últimos anos.
A previsão de duração da crise para os otimistas pode ter a duração de apenas seis meses, até de vários anos para os mais pessimistas. Considerando o panorama atual um maior número de cancelamentos de empreendimentos mineiros é inevitável para os próximos meses. É esperada uma forte contração nas atividades das empresas juniores, para muitos analistas maior do que 50%, com forte impacto nos investimentos totais do segmento em 2009.
Muitas companhias majors e intermediarias já anunciaram profundos cortes em seus planos de investimento em exploração para 2009, algumas por cautela e outras por imperativa necessidade de sobrevivência.
Fonte: Annual Report MEG - Metal Economic Group.

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