segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Presidente do IBRAM avalia mercado de minérios

18/02/2009
Além de considerar condicionantes como demanda e nível de estoques na formação do preço do minério de ferro, é necessário avaliar o volume que vai ser negociado no contrato. O dado é fundamental para determinar os investimentos que precisam ser feitos em logística e também para evitar a formatação de novos contratos ao longo do ano, com preços mais altos.
A avaliação é do Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, ao Diário do Comércio – MG, no último sábado (14/02). A aposta dele, assim como a dos analistas de mercado, é de que a negociação seja longa. O dirigente acredita que as negociações ocorram até abril, quando o cenário deve estar mais definido e, mais favorável.
Segundo ele, ainda é cedo para se fazer algum tipo de estimativa sobre o preço. "Tudo depende muito do momento da negociação e das perspectivas futuras, além da definição do volume de minério. Temos que considerar que as empresas vinham utilizando o total da capacidade logística disponível e que, a depender do volume de minério negociado, vai ser necessário investir em infra-estrutura para o escoamento da produção", analisou.
Penna disse que, se for negociado um volume menor do que o necessário, por exemplo, novos acordos terão que ser firmados, com preços bem mais elevados. As perspectivas, até então, muito pessimistas para o mercado de siderurgia e mineração, em função da crise mundial, levaram os analistas a estimar queda de até 40% no preço do minério em 2009. Os chineses chegaram a anunciar, em novembro do ano passado, queda de 80%.
US$ 5 bi de projetos minerários cancelados
Os reflexos da crise internacional sobre a demanda e os preços das commodities metálicas fizeram com que as empresas adiem e cancelem planos de expansão no setor produtivo. Dos US$ 58 bilhões destinados ao setor de mineração no país, entre 2008 e 2012, US$ 5 bilhões foram oficialmente cancelados. Os R$ 53 bilhões restantes serão postergados por um período de dois anos, com investimentos até 2013.
A informação é do IBRAM. Segundo Paulo Camillo Penna, Presidente do Instituto, houve cancelamento de alguns projetos de níquel, cobre e minério de ferro. "As empresas estão adotando medidas anticrise de acordo com o comportamento do mercado, seja por meio do cancelamento ou do adiamento dos planos, com objetivo de ter mais clara a dimensão da crise", explicou.
Minas Gerais, que responde por 44% da produção mineral brasileira, teria investimentos de US$ 17 bilhões entre 2008 e 2011. Penna não informou o montante de aportes cancelados no Estado.
Em Minas não deve haver nenhum tipo de prejuízo ou de grandes mudanças nos projetos porque esses tipos de metais, que estão tendo impactos mais negativos como a crise, não são explorados no Estado. "Apesar da crise, a manutenção da maior parte dos investimentos refletem a confiança no setor e na continuidade da demanda por commodities metálicas", avaliou.
Diferente do que aconteceu neste início de ano, desde 2007 que aconteciam revisões para cima das projeções de investimento para os próximos anos. Em janeiro de 2007, as estimativas de investimento para o setor somavam cerca de US$ 25 bilhões. Em julho do mesmo ano, as projeções apontavam US$ 28 bilhões e, em setembro, rondava em torno de US$ 32 bilhões. Em 2008 não foi diferente. Em janeiro a projeção subiu para US$ 48 bilhões, montante mais uma vez alterado para US$ 58 bilhões, em setembro.
Com o cancelamento de alguns projetos, ainda não há definições das alterações de valores por tipo de minério. A previsão inicial era de que o minério de ferro, com liderança dos recursos, recebesse cerca de US$ 37 bilhões, ou 65% do total, o que deve fazer com que a produção nacional passe de 320 milhões de toneladas para 700 milhões em 2012.
(Com informações do Diário do Comércio – MG)

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