sexta-feira, 8 de agosto de 2008

MALARIA , como funciona - Novo processo de produção é arma contra a malária

Novo processo de produção é arma contra a malária
Por Celira Caparica
08/08/2008
Artemisinina, que é uma matéria-prima para fabricar medicamentos contra a malária, poderá ser obtida por processos similares aos de produção do álcool, isto é, através de bioreatores de fermentação. A idéia é produzí-la em larga escala para ajudar a resolver o problema da malária que aflige milhões de pessoas em todo mundo.
A novidade é o uso de bioreatores gigantes que produzirão um precursor, o ácido artemísico, que é depois transformado em artemisinina, em escala industrial. O processo de fabricação dessa matéria-prima, que é análogo ao descrito em um
artigo da Nature de 2006,usa um fermento geneticamente modificado, isto é, com uma inserção de genes.
Segundo a química do CPQBA da Unicamp, Mary Ann Foglio, o uso desse processo de fermentação, que usa o microorganismo Sacaromises serevises genéticamente modificado, “pode ser uma ótima idéia”, mas ainda não está bem estabelecido. O pulo-do-gato seria a obtenção de um medicamento à base dos derivados da artemisinina, numa dose única via oral. Isso porque a maior porcentagem de indivíduos infectados pelo agente causador da malária, o protozoário Plasmodium vivax ou P. falciparum, encontra-se em regiões tropicais de difícil acesso, o que exige que o medicamento, por muitas vezes, leve dias para chegar ao destino.
Foglio destaca que a artemisinina hoje já pode ser produzida, no Brasil, com 98% de pureza, a um custo de aproximadamente um dólar por grama. Nessa avaliação de custo, segundo a pesquisadora, já estão incluídos os gastos que se iniciam com o cultivo da planta, uma vez que o processo se baseia na extração dessa substância a partir das folhas (as flores não contem artemisinina) de uma planta de origem chinesa chamada Artemesia annua L. ”A idéia de se usar esse processo fermentativo é ótima, desde que realmente se consiga que o custo global seja inferior aos preços observados para o isolamento do composto diretamente da planta, que é de dois dólares o grama do produto final”.
O procedimento brasileiro, segundo Foglio, é um processo barato e ecologicamente viável. A equipe, por exemplo, já
comprovou que o resíduo da extração da artemisinina apresenta inibição de lesões ulcerativas quando avaliado em modelos experimentais em animais. A cada 100 quilos de planta seca é produzido um quilo de artemisinina, uma quantidade suficiente para os casos de malária mais graves causados pelo Plasmodium falciparum do Brasil, sem levar em conta os outros produtos que também apresentem atividade medicinal. Além disso, os projetos que se desenvolvem dentro da universidade permitem capacitar recursos humanos em todos os níveis para trabalhar nessa área.
Tecnicamente, medicamento é diferente de remédio. Um remédio não tem parâmetros confirmados, mas um medicamento precisa de um controle de qualidade capaz de assegurar ao consumidor que o produto tem eficácia, isto é, tem o efeito desejado, é seguro e que todas as unidades são rigorosamente iguais.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, 99,9% dos casos de malária se concentram na Amazônica legal e as ações desenvolvidas em todas as esferas governamentais têm conseguido que os
casos sejam reduzidos.
A prevenção da doença começa com o uso de telas nas portas e nas janelas das casas. No período noturno, o mosquiteiro é indicado, ou ainda, o uso dos repelentes de insetos, porque, durante o sono, o mosquito transmissor do protozoário ataca sem ser afastado pelo homem. Já no dia-a-dia, recomenda-se o uso de roupas que protejam pernas e braços. Assim como no caso da dengue, para a malária também existem medidas de prevenção coletiva. Estas medidas visam à eliminação dos criadouros do vetor através de saneamento e gestão do lixo.
Saiba mais:
Malaria: a miracle in the making offers hope to millions worldwideScientist of the Year: Jay Keasling



Como funciona a malária
por
Sherry Kahn -

traduzido por HowStuffWorks Brasil


Suponha que você está em férias de verão na praia observando o pôr do sol e os mosquitos estão zumbindo. Você pode ser picado algumas vezes e sentir-se desconfortável com a coceira das picadas. Mas, se você for uma mãe na África tropical, um mosquito é um dos seus maiores medos, pois ele pode transmitir malária. Neste artigo, aprenderemos sobre esta doença grave e freqüentemente fatal, e descobriremos por que ela é uma das questões de saúde pública mais preocupantes do mundo.
Malária é uma infecção transmitida por um determinado tipo de mosquito. Ela é uma doença que atinge principalmente áreas tropicais na África, Ásia, Américas Central e do Sul, Oriente Médio e Oceania. Hoje em dia a malária está espalhada por mais de 100 países, afetando cerca de 300 milhões de pessoas, causando 1 milhão de mortes por ano. Mais de 90% dos casos ocorrem na África tropical, com maior incidência em crianças e mulheres grávidas. Na África, a malária é a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos.

Globalmente, mais de 2 bilhões de pessoas estão em risco de contrair malária, sendo que a maioria dos casos ocorre entre os 20% mais pobres da população mundial. Nessas áreas pobres e freqüentemente rurais, os sistemas de saúde são inadequados e o saneamento é ineficaz. O aumento na resistência aos medicamentos usados para tratar a malária e aos inseticidas usados para preveni-la também contribuem com a crescente prevalência da doença e seu reaparecimento em áreas onde já havia sido eliminada.
Fonte:
Roll Back Malaria Partnership (em inglês)

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 99,5% do total de casos de malária são registrados na Amazônia Legal, composta pelos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.O desmatamento para extração de madeira, criação de gado, agricultura e assentamentos não oficiais são fatores que contribuem para o aumento da transmissão da doença. Outro fator colaborador é o aumento dos criadouros do mosquito vetor da malária em função da atividade de piscicultura, com a construção de tanques artificiais, seja nos quintais dos domicílios ou nas periferias de diversas cidades da região Amazônica. [Fonte:
Ministério da Saúde]
Causas da malária

A malária é causada por organismos parasíticos e unicelulares chamados de Plasmodium. Como a gripe aviária, a malária é uma doença vetorial, na qual o organismo infectante é transportado por um portador animal intermediário. No caso da malária, a doença é transmitida por mosquitos, mas apenas mosquitos fêmeas do gênero Anopheles.

Foto cedida por Jim Gathany/CDCUm mosquito fêmea (Anopheles gambiae), alimentando-seExistem quatro tipos de malária: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae, e Plasmodium ovale. P. vivax and P. falciparum são os tipos mais comuns. O P. falciparum, encontrado por toda a África, Ásia e América Latina tropicais, é o mais comum.
O mosquito apanha o parasita quando pica e extrai sangue de pessoas infectadas. Os parasitas se reproduzem enquanto o mosquito usa o sangue para nutrir os seus ovos. Quando o mosquito pica um humano novamente, os parasitas são passados para o sangue daquela pessoa. Assim que entram no corpo, os parasitas se multiplicam rapidamente no fígado e nas células vermelhas do
sangue. A partir daí, os parasitas podem invadir outros órgãos, incluindo o cérebro.
A malária pode ser transmitida de pessoa para pessoa por transfusão de sangue infectado e por seringas e agulhas infectadas. Em áreas onde a doença é comum, as pessoas são infectadas tantas vezes que elas desenvolvem um grau de imunidade adquirida e não apresentam nenhum sintoma.

Elas podem espalhar a doença através do sangue sem perceber. Mulheres grávidas também podem passar os parasitas durante a gravidez ou parto.
Aprenderemos sobre os sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção da malária na próxima seção.
Malaria is caused by a parasite called Plasmodium, which is transmitted via the bites of infected mosquitoes. In the human body, the parasites multiply in the liver, and then infect red blood cells.
Symptoms of malaria include fever, headache, and vomiting, and usually appear between 10 and 15 days after the mosquito bite. If not treated, malaria can quickly become life-threatening by disrupting the blood supply to vital organs. In many parts of the world, the parasites have developed resistance to a number of malaria medicines.
Key interventions to control malaria include: prompt and effective treatment with artemisinin-based combination therapies; use of insecticidal nets by people at risk; and indoor residual spraying with insecticide to control the vector mosquitoes.

Malária: dos sintomas à prevenção
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