Fonte: O Estado de S. Paulo 26/8/2008
A escalada no preço dos metais nos últimos anos deflagrou uma corrida de empresas nacionais e estrangeiras por novas fronteiras de exploração no Brasil. Na busca por reservas, despontam Estados como Bahia, que abriu na última quarta-feira uma grande licitação para reservas de minério de ferro, Goiás e Mato Grosso do Sul. Na semana passada, em apenas três dias de edital, gigantes como Vale, Arcelor Mittal, BHP Billiton, Anglo American e Votorantim já estavam inscritas para receber as informações preliminares dos depósitos da Bahia. O governo baiano até mudou sua estratégia para aproveitar o bom momento da mineração. "Até o ano passado, as ações de arrendamento partiam dos interessados. Resolvemos mudar a estratégia: criamos um grande pacote de áreas a serem licitadas.
Assim, despertamos o interesse e atraímos empresas do setor", diz Rafael Avena, diretor-técnico da Companhia Baiana de Propriedade Mineral (CBPM).
A CBPM decidiu ofertar 25 áreas para mineração entre 2007 e 2008. Desse total, nove já foram arrematadas e as outras 16 serão licitadas este ano. Na lista, além de minério de ferro, estão depósitos de níquel, ouro e cobre. As empresas vencedoras da concorrência têm prazo médio de três anos para apresentar os resultados de suas pesquisas geológicas e a viabilidade econômica da mina. Os depósitos estão localizados, principalmente, no Norte da Bahia (a cerca de 550 km de Salvador), nas regiões de Sento Sé, Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes. Até então, as principais reservas do minério estavam localizadas na região de Caetité, no sertão baiano. As mineradoras não gostam de comentar suas investidas em novas fronteiras, para não atrair a concorrência. O diretor executivo de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, revela, porém, que a empresa está avaliando as oportunidades na área de minério na Bahia. "A Vale está avaliando as oportunidades. Mas a Vale só entra em projetos que se enquadrem no tamanho da empresa. É preciso ter escala. Outro ponto que tem de ser avaliado é a logística daquela região", diz. Um bom exemplo de busca por novas fronteiras na Bahia é a Mirabela Mineração, companhia de capital nacional e australiano. A empresa inicia no ano que vem a produção de ferro-níquel do projeto Santa Rita, localizado no município de Itagibá, a 370 km de Salvador. O local é apontado como a maior jazida de níquel sulfetado da América Latina, com vida útil estimada em mais de 20 anos. A meta é produzir 147 mil toneladas/ano de concentrado de níquel. O projeto tem orçamento de US$ 225 milhões. Novas prospecções de níquel estão sendo realizadas pela Mirabela nas cidades de Palestina (BA) e Aracaju (SE).
O ritmo com que a mineração avança na Bahia pode levá-la, em quatro anos, ao terceiro lugar no ranking dos maiores produtores nacionais, desbancando São Paulo, que tem forte presença na área de produtos minerais voltados para a construção civil (como areia e brita). A avaliação é feita por Marcelo Tunes, diretor de Recursos Minerais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). "A Bahia receberá nos próximos quatro anos mais de US$ 2 bilhões em investimentos no setor mineral, principalmente na mineração de ouro, ferro, níquel e cobre. Isso quer dizer que é possível que o Estado chegue, sim, a ser o terceiro maior produtor do País", diz Tunes.
A liderança no ranking deve ser mantida por Minas Gerais, que tem um dos territórios com maior diversificação mineral do mundo. O segundo lugar também dificilmente será tirado do Pará, que abriga a gigantesca mina de Carajás. Na briga pelo terceiro lugar surge ainda o Estado de Goiás. A região, rica em níquel, tem diversas áreas sob a avaliação de empresas nacionais e estrangeiras. Os estudos estão concentrados no Noroeste do Estado, em cidades como Catalão, Barro Alto e Niquelândia. De acordo com o Ibram, o Estado deve receber, apenas na área de níquel, investimentos que ultrapassam US$ 2 bilhões até 2011. A busca pelo aumento rápido nos volumes de produção de minério fez com que minas ainda pouco exploradas ganhassem novo perfil. A região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, ressurge como um dos principais destinos de investimentos. O governo estadual fala em US$ 4 bilhões em investimentos. Entre eles estão projetos como o da Rio Tinto, que planeja investir US$ 2,15 bilhões na expansão da sua mina de minério de ferro na cidade. A Arcelor Mittal, maior siderúrgica do mundo, acaba de comprar a mineração Pirâmide para produzir minério de ferro. E a MMX, de Eike Batista, pretende investir US$ 62 milhões para permitir que a produção salte das atuais 2,1 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para 6,3 milhões de toneladas/ano em 2012.
A CBPM decidiu ofertar 25 áreas para mineração entre 2007 e 2008. Desse total, nove já foram arrematadas e as outras 16 serão licitadas este ano. Na lista, além de minério de ferro, estão depósitos de níquel, ouro e cobre. As empresas vencedoras da concorrência têm prazo médio de três anos para apresentar os resultados de suas pesquisas geológicas e a viabilidade econômica da mina. Os depósitos estão localizados, principalmente, no Norte da Bahia (a cerca de 550 km de Salvador), nas regiões de Sento Sé, Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes. Até então, as principais reservas do minério estavam localizadas na região de Caetité, no sertão baiano. As mineradoras não gostam de comentar suas investidas em novas fronteiras, para não atrair a concorrência. O diretor executivo de Ferrosos da Vale, José Carlos Martins, revela, porém, que a empresa está avaliando as oportunidades na área de minério na Bahia. "A Vale está avaliando as oportunidades. Mas a Vale só entra em projetos que se enquadrem no tamanho da empresa. É preciso ter escala. Outro ponto que tem de ser avaliado é a logística daquela região", diz. Um bom exemplo de busca por novas fronteiras na Bahia é a Mirabela Mineração, companhia de capital nacional e australiano. A empresa inicia no ano que vem a produção de ferro-níquel do projeto Santa Rita, localizado no município de Itagibá, a 370 km de Salvador. O local é apontado como a maior jazida de níquel sulfetado da América Latina, com vida útil estimada em mais de 20 anos. A meta é produzir 147 mil toneladas/ano de concentrado de níquel. O projeto tem orçamento de US$ 225 milhões. Novas prospecções de níquel estão sendo realizadas pela Mirabela nas cidades de Palestina (BA) e Aracaju (SE).
O ritmo com que a mineração avança na Bahia pode levá-la, em quatro anos, ao terceiro lugar no ranking dos maiores produtores nacionais, desbancando São Paulo, que tem forte presença na área de produtos minerais voltados para a construção civil (como areia e brita). A avaliação é feita por Marcelo Tunes, diretor de Recursos Minerais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). "A Bahia receberá nos próximos quatro anos mais de US$ 2 bilhões em investimentos no setor mineral, principalmente na mineração de ouro, ferro, níquel e cobre. Isso quer dizer que é possível que o Estado chegue, sim, a ser o terceiro maior produtor do País", diz Tunes.
A liderança no ranking deve ser mantida por Minas Gerais, que tem um dos territórios com maior diversificação mineral do mundo. O segundo lugar também dificilmente será tirado do Pará, que abriga a gigantesca mina de Carajás. Na briga pelo terceiro lugar surge ainda o Estado de Goiás. A região, rica em níquel, tem diversas áreas sob a avaliação de empresas nacionais e estrangeiras. Os estudos estão concentrados no Noroeste do Estado, em cidades como Catalão, Barro Alto e Niquelândia. De acordo com o Ibram, o Estado deve receber, apenas na área de níquel, investimentos que ultrapassam US$ 2 bilhões até 2011. A busca pelo aumento rápido nos volumes de produção de minério fez com que minas ainda pouco exploradas ganhassem novo perfil. A região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, ressurge como um dos principais destinos de investimentos. O governo estadual fala em US$ 4 bilhões em investimentos. Entre eles estão projetos como o da Rio Tinto, que planeja investir US$ 2,15 bilhões na expansão da sua mina de minério de ferro na cidade. A Arcelor Mittal, maior siderúrgica do mundo, acaba de comprar a mineração Pirâmide para produzir minério de ferro. E a MMX, de Eike Batista, pretende investir US$ 62 milhões para permitir que a produção salte das atuais 2,1 milhões de toneladas/ano de minério de ferro para 6,3 milhões de toneladas/ano em 2012.
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