De dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgados em seminário nesta quarta-feira, as mineradoras do país vão investir US$ 47 bilhões até 2012, 47% a mais sobre o último anúncio (US$ 32 bilhões), feito no final do ano passado. Do novo pacote de investimentos, US$ 27,8 bilhões (ou 59%) serão voltados unicamente para a cadeia de minério de ferro. Somente a Vale pretende investir mais de US$ 3,2 bilhões neste ano, no segmento de ferrosos. Segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), existem mais de 500 pedidos de licenciamento ambiental para a abertura de minas em território estadual. O pedido de licença ambiental para empreendimentos do gênero levam entre dois e três anos em Minas, tempo considerado normal pela instituição, mas excessivo pelo diretor de meio ambiente do Ibram, Rinaldo Mancin. "Uma série de empresas de mineração estão de olho em Minas", destacou o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para Minas Gerais, Sérgio Dâmaso. Entre as interessadas, o dirigente salientou o Grupo Votorantim e a BHP Billiton, maior mineradora do mundo. Esta, disse, estaria participando de um projeto licitatório por direitos minerários em Mariana, região Central do Estado. No ano passado o país lavrou 360 milhões de toneladas de minério. Cerca de 28% do volume total é consumido no mercado interno. A extração de minério de ferro no Brasil se dá em cerca de 80 minas, a maioria a céu aberto. O secretário estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais, José Carlos Carvalho, afirmou que deverá reenviar à Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) projeto de lei que objetiva exigir das mineradoras uma espécie de garantia para a atividade minerária. "Queremos apenas a certeza de que a cava da mina será completamente restaurada após a atividade mineral", ressaltou. Segundo o projeto, cada mineradora deverá apresentar ao Estado uma espécie de garantia, seja sob a forma de caução, carta-fiança ou seguro. Para o Ibram, o licenciamento ambiental em todo o país é extremamente moroso e antiquado.”Nenhum estado brasileiro enxerga a licença ambiental de maneira estratégica", disparou Rinaldo Mancin, do Ibram. Ele afirmou que o prazo médio mundial, para a concessão de licenciamentos ambientais ao setor de mineração, gira em torno de três meses.
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