14. Novembro 2011 - 12:24 Pequenos garimpos "poluem mais" do que grandes
Legenda: Garimpar minérios pode ser um negócio perigoso. (Reuters)Sobre o mesmo assunto
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Por Matthew Allen, swissinfo.ch
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De acordo com um estudo ambiental, os garimpos de subsistência causam mais poluição do que as operações mineradoras de grande escala.
A corrida do ouro mundial está alimentando o problema, incentivando o pequeno garimpo nos países em desenvolvimento. Como resultado, cerca de 3,5 milhões de pessoas morrem ou ficam incapacitadas, envenenadas por mercúrio, alerta a Cruz Verde da Suíça.
Mais de 35 milhões de pessoas correm risco de morrer, ou ter a expectativa de vida reduzida, por causa da exposição direta a uma ou mais das dez piores toxinas do planeta, afirma o relatório Top Ten Worst Toxic Pollution Problems Worldwide, de 2011.
O estudo, realizado pela Cruz Verde da Suíça e o Blacksmith Institute dos Estados Unidos, não olhou para a poluição geral causada por carros ou pela indústria, mas limitou-se às toxinas - como mercúrio, chumbo e cromo - utilizadas em operações específicas.
Estas estão ligadas à mineração, ao processamento de minério, fundição de metais, produção de produtos químicos, resíduos industriais e domésticos, pesticidas, reciclagem de baterias, produção petroquímica e aos curtumes.
Enquanto a maioria dos relatórios ambientais tendem a se concentrar sobre o papel das grandes mineradoras multinacionais, as pesquisas mais recentes apontam para os riscos dos pequenos garimpos locais e ainda elogiam as melhorias implementadas pelas corporações globalizadas.
Exposição imprudente
"Contrariamente ao que todos creem, muitos dos piores problemas da poluição não são causados por empresas multinacionais, mas por operações mal regulamentadas como o garimpo de subsistência, a reciclagem de metais de pequena escala e por fábricas abandonadas, revela a Cruz Verde da Suíça.
A maior parte da poluição ocorre em países de baixa ou média renda, onde as pessoas são mais propensas a assumir riscos para ganhar dinheiro e onde há pouca consciência dos perigos e regulamentação para controlá-los.
Em tais casos, os danos à saúde ocorre tanto aos trabalhadores que lidam com as toxinas ou às comunidades vizinhas que são expostas às substâncias das minas abertas abandonadas ou dos vazamento em cursos de água.
O relatório estima que a deficiência resultante da exposição indireta a estas toxinas encurta a expectativa de vida em uma média de 12,7 anos.
Toda a gama de operações de mineração não regulamentada põe em perigo cerca de sete milhões de vidas em todo o mundo, de acordo com o relatório. A Cruz Verde da Suíça e o Blacksmith Institute estão tentando aumentar a conscientização sobre os perigos, trabalhando para melhorar a situação na maioria dos países em risco.
Capital aberto
As corporações mineradoras multinacionais são normalmente acusadas de provocar muitas mortes nos países em desenvolvimento, se aproveitando da falta de regulamentação.
Muitas dessas empresas insistem ter mudado suas atividades de maneira mais “limpa” ou que foram forçadas a implementar códigos mais rígidos de sustentabilidade, como resultado da indignação pública.
Essas afirmações podem ser bem constatadas nas empresas de capital aberto que são responsáveis perante seus acionistas. Com sede na Suíça, a gigante Glencore produziu um longo relatório de sustentabilidade, destacando os esforços para proteger o meio ambiente e as pessoas que vivem perto de suas minas.
Mas tais garantias não conseguiram convencer a todos. A ONG suíça “Declaração de Berna” criticou o relatório da Glencore como sendo demasiado vago e ancorado em padrões internacionais, que não refletem adequadamente suas operações.
Mas David Hanrahan, do Blacksmith Institute, deu mais crédito às multinacionais - com a ressalva de que ainda tinham um caminho a percorrer antes de encontrar os requisitos da sustentabilidade total.
Fatalidade evitável
"As grandes empresas de mineração com uma participação significativa do público tendem a melhorar e estão implementando melhores controles", disse o pesquisador americano à swissinfo.ch. "Não é raro que as grandes empresas estejam sujeitas a maior escrutínio público."
"As pequenas empresas de mineração de capital fechado costumam encontrar filões, explorando-os para o lucro imediato, vendendo o que sobra para fora", acrescentou.
No entanto, os países desenvolvidos não escapam totalmente às críticas do relatório. Não haveria tantos garimpos mal administrados e outras operações, se não fosse a demanda insaciável e crescente das economias desenvolvidas por ouro e minerais para a indústria.
"Os países ricos estão contribuindo indiretamente para o problema de forma significativa. A demanda por commodities e bens de consumo é em grande parte impulsionada pelas economias desses países", afirmou a Cruz Verde.
As duas organizações acreditam que mais atenção e recursos devem ser dedicados para o problema da poluição.
"O número de mortes causadas pela poluição é comparável ao número de mortes provocadas pelo HIV ou a malária", disse Stephan Robinson, da Cruz Verde da Suíça.
"Temos programas mundiais para combater esses problemas de saúde, mas nenhum desses programas para lutar contra a poluição."
Matthew Allen, swissinfo.ch
Adaptação: Fernando Hirschy
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
A ABAS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, permaneceu em silêncio esperançosa que essa fosse mais uma “barriga” jornalística
A ABAS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS, permaneceu em silêncio esperançosa que essa fosse mais uma “barriga” jornalística que passasse pouco a pouco sem maior alarde. Infelizmente isso não ocorreu.
O conceito de, com um pouco de licença poética (todo bom geólogo tem pelo menos um pouquinho de espírito de poeta), um "rio" fluindo lenta, silenciosa e subterraneamente pelos estratos sedimentares da Amazônia, e que algum método geofísico - detecção de variações de temperatura, no caso, permitisse o visualizar, é por demais fantasiosa.
Contudo, a ideia passada pela reportagem do Guardian, de um rio que vai do Acre até a foz do Amazonas, ao longo de 6000 km, a 4 km de profundidade, ajudando a diminuir a salinidade na sua foz, caracteriza que alguém extrapolou e passou da dose. Isso nos mostra também como funciona os mecanismos de lançamento e divulgação de notícias científicas ou paracientíficas pela imprensa.
A leitura do trabalho original nos mostra que se trata de artigo sobre dados geotermais obtidos em poços na região amazônica, que resultaram na estimativa de fluxos verticais descendentes (recarga ao aquífero), que permitem inferir a ocorrência de fluxos horizontais para descarga do aquífero. O título talvez tenha sido uma escolha oportunista e que, com a entrevista e uma leitura rápida demais do artigo eventualmente levaram, no final, a uma reportagem geológica e hidrogeologicamente equivocada, que acaba causando ceticismo e jogando sombra sobre trabalhos científicos meticulosos que vêm sendo realizada pelos estudiosos e pesquisadores da área de Hidrogeologia em todo Brasil.
Esclarecemos que:
- um “Rio”, todos conhecem, é uma massa de água que flui livremente na superfície da terra em um canal natural, um rio possui leito, margens, nascentes e foz;
- Um “AQUÍFERO” é uma formação geológica, porosa ou fraturada, permeável, capaz de armazenar e fornecer água em grande quantidade. Nos aquíferos estão depositadas as maiores reservas de água doce disponível no planeta Terra; e,
- os hidrogeólogos brasileiros conhecem vários aquíferos na região amazônica, sendo um deles, o Alter do Chão, talvez o mais significativo, e, recentemente com bastante divulgação na imprensa.
Portanto, esse dito Rio Hamza não seria em rio, mas sim um aqüífero, com fluxo lento. Esperamos que os estudos continuem e permitam o claro conhecimento do potencial hídrico subterrâneo da Amazônia, possibilitando o seu acesso administrado e que possa vir a gerar riquezas para a sociedade.
Como o autor desse estudo foi questionado por membros da Febrageo – Federação Brasileira dos Geólogos e outros hidrogeólogos e tendo se manifestado sobre as considerações feitas de forma prepotente e arrogante, refutando todas as ponderações colocadas. A ABAS- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS vem à sociedade para esclarecer e divulgar a verdade dos fatos.
Secretaria ABAS Nacional
Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
Rua Dr. Candido Espinheira, 560 - Conj. 32
CEP: 05004.000 - São Paulo - SP
Fone: 11 3868-0723
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O conceito de, com um pouco de licença poética (todo bom geólogo tem pelo menos um pouquinho de espírito de poeta), um "rio" fluindo lenta, silenciosa e subterraneamente pelos estratos sedimentares da Amazônia, e que algum método geofísico - detecção de variações de temperatura, no caso, permitisse o visualizar, é por demais fantasiosa.
Contudo, a ideia passada pela reportagem do Guardian, de um rio que vai do Acre até a foz do Amazonas, ao longo de 6000 km, a 4 km de profundidade, ajudando a diminuir a salinidade na sua foz, caracteriza que alguém extrapolou e passou da dose. Isso nos mostra também como funciona os mecanismos de lançamento e divulgação de notícias científicas ou paracientíficas pela imprensa.
A leitura do trabalho original nos mostra que se trata de artigo sobre dados geotermais obtidos em poços na região amazônica, que resultaram na estimativa de fluxos verticais descendentes (recarga ao aquífero), que permitem inferir a ocorrência de fluxos horizontais para descarga do aquífero. O título talvez tenha sido uma escolha oportunista e que, com a entrevista e uma leitura rápida demais do artigo eventualmente levaram, no final, a uma reportagem geológica e hidrogeologicamente equivocada, que acaba causando ceticismo e jogando sombra sobre trabalhos científicos meticulosos que vêm sendo realizada pelos estudiosos e pesquisadores da área de Hidrogeologia em todo Brasil.
Esclarecemos que:
- um “Rio”, todos conhecem, é uma massa de água que flui livremente na superfície da terra em um canal natural, um rio possui leito, margens, nascentes e foz;
- Um “AQUÍFERO” é uma formação geológica, porosa ou fraturada, permeável, capaz de armazenar e fornecer água em grande quantidade. Nos aquíferos estão depositadas as maiores reservas de água doce disponível no planeta Terra; e,
- os hidrogeólogos brasileiros conhecem vários aquíferos na região amazônica, sendo um deles, o Alter do Chão, talvez o mais significativo, e, recentemente com bastante divulgação na imprensa.
Portanto, esse dito Rio Hamza não seria em rio, mas sim um aqüífero, com fluxo lento. Esperamos que os estudos continuem e permitam o claro conhecimento do potencial hídrico subterrâneo da Amazônia, possibilitando o seu acesso administrado e que possa vir a gerar riquezas para a sociedade.
Como o autor desse estudo foi questionado por membros da Febrageo – Federação Brasileira dos Geólogos e outros hidrogeólogos e tendo se manifestado sobre as considerações feitas de forma prepotente e arrogante, refutando todas as ponderações colocadas. A ABAS- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS vem à sociedade para esclarecer e divulgar a verdade dos fatos.
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